A decisão de transferir as picapes Fiat Titano e Peugeot Landtrek do Uruguai para a fábrica argentina de Córdoba já era esperada. Instalações uruguaias não permitiam expansão e localização de componentes. O investimento de US$ 385 milhões entre 2025 e 2030 foi anunciado por Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis América do Sul, e inclui também um novo motor Diesel no país vizinho. Três quartos das unidades serão exportadas, o que confirma a Argentina como forte contendora em picapes médias de cabine dupla.
Segundo o site Autossegredos, haverá também produção e exportação da nova Ram 1200, substituta da Classic. O motor diesel de 2,2 litros entregará 180 cv e 37,7 ou 40,8 kgf·m, se o câmbio ZF de oito marchas for manual ou automático, respectivamente.
Quanto ao Brasil o executivo confirmou que dois modelos híbridos “leves” (mais corretamente, semi-híbridos) serão lançados ainda este ano. Inicialmente a estreia da linha Bio-Hybrid parecia reservada para a fábrica de Goiana (PE), porém a empresa dá a entender que Betim (MG) poderá ter a primazia. Cappellano desconversou sobre se o sistema utilizaria bateria de 12 V ou 48 V. Tudo indica que será usada a bateria de menor capacidade.
Haverá um terceiro lançamento este ano, a Ram 1500 reestilizada e lançada nos EUA, no final de 2023.
Horse aumentará índice de localização de motores
A Renault e a chinesa Geely fundaram duas novas empresas que atuam de forma independente. Primeiro a Ampere para veículos elétricos em 2022 e, agora em maio, a Horse para produzir motores de combustão interna (MCI).
Uma visão bastante pragmática é defendida pela Horse. Em 2040 metade dos carros vendidos no mundo ainda deverão utilizar os MCI de forma isolada ou em configurações híbridas. Também estarão na função de extensores de alcance para veículos de tração elétrica, plugáveis em tomadas ou não, porém com baterias muito menores e mais baratas. Igualmente haverá MCI de baixas emissões que poderão utilizar gasolina convencional ou sintética, hidrogênio e flex com etanol.
As duas novas empresas atuam de forma independente, sendo a segunda especializada em fabricação e desenvolvimento apenas de motores e carros elétricos.
Para o Brasil a Horse acaba de anunciar investimento de R$ 200 milhões para localizar a produção de cabeçotes com métodos de fundição de alta tecnologia e amigáveis ao meio ambiente, a partir de 2026. Hoje os principais motores são turbos flex de 1,3 litro, 170 cv e 27,5 kgf·m ou 1 litro, 120 cv ou mais e 20,4 kgf·m (especificações com etanol).
Segundo cálculos da empresa, revelados depois de estudos, ao fim de 150.000 km rodados, um carro com motor aspirado e 100% de etanol no tanque, no cálculo da fonte ao túmulo (ciclo completo de vida), emitirá cerca de 35% menos kg de CO2 que um automóvel com motor puramente elétrico. Um motor turbo aponta para resultado ainda melhor.