Apesar de os juros de financiamento ainda estarem bem altos, julho foi o melhor mês do ano com comercialização de 242.217 unidades, o que não acontecia desde julho de 2014. Esse volume superou até os números de julho do ano passado, mês em que houve corte de impostos para impulsionar o mercado. Média diária de vendas de 10.500 unidades ajudou nos resultados porque houve três dias úteis a mais que em junho último.
Outra referência importante: comercialização no varejo, ou seja, para o cliente pessoa física superou as vendas diretas que incluem locadoras, pessoas jurídicas e microempresas. Embora a oferta de crédito continue em alta, os juros não caíram como se esperava. Falta precificar a retomada do bem de compradores inadimplentes, prevista na nova lei do marco de garantias. Acredita-se que prestações mais baratas ainda vão demorar até a lei surtir seus efeitos, como acontece no exterior.
Anfavea continua a pontuar que as importações têm crescido mais que as exportações. Isso indica perda de participação dos produtos brasileiros nos mercados vizinhos, além do México e Caribe. Por outro lado, o presidente da associação, Márcio Leite, admitiu que a indústria automobilística no exterior se apressou mais do que deveria rumo ao carro elétrico. “De fato, os híbridos foram deixados um pouco de lado, mas a correção de rota começa a acontecer”, ponderou.
Um gráfico sobre participação no mercado nacional de novas tecnologias de propulsão foi apresentado durante a entrevista mensal da entidade. Em janeiro último foram vendidos 4.354 elétricos, 3.879 híbridos e 3.780 híbridos plugáveis. O pico de vendas dos elétricos foi em abril (6.699 unidades), antes do aumento do imposto de importação. Marcas chinesas trouxeram grande quantidade de veículos para formar estoque a um custo bastante elevado, provavelmente bancado de forma indireta pelo governo chinês.
Em julho último, houve redução acentuada de elétricos para 4.698 unidades, queda abrupta de 30% em relação ao pico. De forma contrária, os híbridos plugáveis deram um grande salto para 5.912 unidades, aumento de nada menos que 56% sobre janeiro. No mês passado, a divisão de mercado ficou assim: 5.912 híbridos plugáveis (38,6%), 4.698 elétricos (30,6%) e 4.697 (30,7%) híbridos. Estes percentuais indicam um equilíbrio entre elétricos e híbridos, com híbridos plugáveis em destaque, reproduzindo o que acontece agora nos mercados do mundo ocidental.