De janeiro a março o Brasil fabricou 538.000 unidades entre veículos leves e pesados, um aumento simbólico de 0,4% em relação ao mesmo período de 2023. Independentemente da sazonalidade o resultado não é bom, mas a Anfavea espera recuperação nos próximos trimestres e manteve sua previsão de que 2024 apresentará crescimento de 6% sobre o ano passado.
A produção não depende apenas das vendas internas (alta de 9,1%) em razão do comportamento das exportações que ficaram 28% menores. Também houve aumento das importações apesar da greve do Ibama nos portos. No primeiro trimestre deste ano a participação de veículos do exterior no mercado brasileiro foi de 17,5%, a maior dos últimos quatro anos.
Apesar da base comparativa muito baixa os veículos elétricos puxaram a venda dos importados no primeiro trimestre, porém o ritmo pode diminuir em razão do aumento do imposto para modelos sem produção local. Até meados de 2026 a taxa atual de 15% estará em 35%, mas por outro lado tornará rentável a fabricação no Brasil, mesmo que baterias e motores continuem vindo do exterior.
De janeiro a março ficou assim a distribuição (%) das vendas entre automóveis e comerciais leves: gasolina, 4,5; elétricos, 2,9; híbridos, 2,4; híbridos plugáveis, 2,1; flex, 78,1 e diesel, 10. Deve-se notar que os dois tipos de híbridos somados, 7.476 unidades no primeiro trimestre, ainda estão 22% acima dos 6.132 elétricos no mesmo período.
Os estoques totais nas fábricas e concessionárias atingiram 36 dias, em março contra 35, em fevereiro. Isso apesar de promoções e incentivos que estimularam a demanda, provocando estabilização ou até queda de preços em alguns modelos e versões.
Um estudo do Webmotors entre usuários da sua plataforma apontou que 83% dos entrevistados têm a intenção de comprar ou trocar de carro em 2024. Entre estes 22% visam um modelo zero quilômetro, 60% um usado e 18% ainda estão em dúvida.