Estudo inédito mostra o sobe e desce de novatas e tradicionais e o quanto o mercado ainda pode se transformar este ano
Os números de evolução de participação de mercado, em um levantamento exclusivo feito pela Via Digital, mostram que as marcas chinesas avançam fortemente no mercado brasileiro.
A BYD foi a que mais evoluiu na comparação dos dois últimos trimestres (outubro a dezembro versus janeiro a março) com 72%.
O confronto do share entre o quarto e o primeiro trimestres indica não apenas a evolução de cada uma das 20 marcas, mas as tendências de mercado num recorte de seis meses e o apetite diante da concorrência.
A explosão de vendas do Dolphin (desde o segundo semestre de 2023) e o Dolphin Mini (lançado em fevereiro) justificam a evolução da BYD, que há um ano tinha apenas 0,1% de participação.
Na sequência vem a GWM, puxada pelo bom desempenho dos modelos Ora 03 e Haval.
A Caoa Chery, que disparou nas vendas com o Tiggo 5X, cresce também com o Tiggo 7, após a recém-lançada versão Sport, e a estratégia de redução dos preços de seu portfólio.
Também de origem asiática, a Honda se destaca pela diversificação de portfólio e pelo crescimento sustentável das boas vendas de City (hatch e sedã), Civic, HR-V e ZR-V.
A Nissan, outra que se destaca entre as marcas de evolução em market share, surge na vice-liderança dos SUVs com o Kicks, além de ter conquistado aumento de vendas com o Versa, Sentra e Frontier.
No meio da tabela
Mesmo sem lançamentos nos últimos meses, a Jeep é a marca do Grupo Stellantis com melhor desempenho, o que tende a aumentar com a chegada da linha 2025 do Compass.
Outra que cresceu e pode crescer mais é a Toyota, prestes a anunciar a nova geração do Corolla Cross e no final do ano lançar o tão aguardado SUV compacto, Yaris Cross.
A Ford, que agora é só importadora, vai escalando sua participação. Mérito da Ranger, a picape mais evoluída do segmento, e que cresce mesmo sem grandes destaques no portfólio — Territory não emplacou enquanto Bronco e Maverick patinam nas vendas.
Cinco marcas tiveram suas participações estáveis. A líder de vendas Fiat, com 21% de mercado, manteve sua fatia do bolo nesta comparação entre as 20 marcas. Permaneceram inalteradas também Ram, Mitsubishi, BMW e Audi.
Volkswagen e Citroën tiveram quedas, mas ambas trabalham no planejamento de novos produtos e podem chegar até o fim do ano em melhores posições.
Na zona de rebaixamento: será que vão reagir?
Do lado de baixo da tabela, as marcas que mais perderam market share foram: Volvo, Peugeot, GM, Hyundai e Renault.
A Peugeot, que tem como principal produto o 208, cai em participação justamente porque seu compacto não vem tendo um bom desempenho.
Já a GM perde terreno em quase todos segmentos em que atua: Onix, Cruze, S10 e Montana. O Onix Plus continua líder, mas vem sendo atacado de perto pelo Volkswagen Virtus.
A Hyundai também perdeu o fôlego, mas tende a melhorar seu desempenho com a chegada do novo Creta (provavelmente no fim do ano) e a nova safra de importados.
A Renault também pode recuperar terreno com o novo Kardian, e o mesmo deve ocorrer com a Volvo, às vésperas do lançamento do novo elétrico mais acessível EX30.
Confira o ranking das 20 marcas
Market Share Indústria Automotiva - 1º trimestre 2024 (Fenabrave)
Marca | Market share 4º T 2023 (%) | Market share 1º T 2024 (%) | Evolução (%) |
---|---|---|---|
1ª BYD | 1,8 | 3,1 | 72 |
2ª GWM | 0,9 | 1,2 | 33,3 |
3ª Caoa Chery | 1,9 | 2,4 | 26,3 |
4ª Honda | 2,8 | 3,5 | 25 |
5ª Nissan | 3,3 | 4,0 | 21,2 |
6ª Jeep | 4,6 | 5,3 | 15,2 |
7ª Ford | 1,5 | 1,7 | 13,3 |
8ª Toyota | 8,2 | 8,7 | 6,1 |
9ª Fiat | 21 | 21 | 0 |
10ª RAM | 1,5 | 1,5 | 0 |
11ª Mitsubishi | 1 | 1 | 0 |
12ª BMW | 0,7 | 0,7 | 0 |
13ª Audi | 0,3 | 0,3 | 0 |
14ª Volkswagen | 16,5 | 15,9 | -3,6 |
15ª Citroën | 1,5 | 1,4 | -6,7 |
16ª Renault | 6 | 5,5 | -8,3 |
17ª Hyundai | 9 | 7,7 | -14,4 |
18ª General Motors | 14,2 | 11,8 | -16,9 |
19ª Peugeot | 1,6 | 1,2 | -25 |
20ª Volvo | 0,4 | 0,3 | -25 |
O ano ainda terá muitos lançamentos e desafios e será interessante acompanhar essa dança de cadeiras nos posicionamentos das marcas, porque certamente as que perdem já devem estar reavaliando estratégias para recuperar suas fatias.
Ao mesmo tempo, quem está no topo trabalha para se manter em alta e mesmo as marcas no meio da tabela, como a líder Fiat e a arrojada BMW, têm planos ambiciosos para ganhar mercado.