Quero começar a primeira coluna do ano desejando um feliz 2024 a todos os leitores. Sem dúvida nenhuma mais uma etapa se inicia e com ela novos desafios e também novas oportunidades para contar histórias de modelos que marcaram época tanto nas ruas quanto nas pistas.
E é justamente sobre um ícone do automobilismo que eu vou falar nesta primeira coluna do ano. Na década de 60 a Ferrari foi uma das maiores vencedores da tradicional prova das 24 Horas de Le Mans. Enzo Ferrari investia grandes somas no desenvolvimento de carros de corrida e, como ele mesmo costumava dizer, vendia carros rua para financiar as provas, especialmente na Europa.
Mas foi aí que a Ford entrou na jogada. Inicialmente, como conta a história do filme Ford versus Ferrari, a marca norte-americana tento comprar a Ferrari para se tornar seu braço no automobilismo. Logicamente recebeu uma negativa e, talvez, uma porta na cara. Por essa razão eles resolveram “se vingar” dos italianos criando seu próprio bólido.
Para isso contaram com a genialidade de Carroll Shelby, um texano apaixonado por velocidade e também por resultados nas pistas. Curiosamente dentro e fora dos Estados Unidos. Vale lembrar que a sua criação, o AC Cobra, foi uma junção de duas ideias muito interessantes, ou seja, o baixo peso europeu com a brutalidade do V8 de bloco grande norte-americano.
O resultado não poderia ter sido melhor. Foram três vitórias consecutivas da Ford sobre a Ferrari na tradicional prova de Endurance. Dessa forma o GT 40 entrou para história de maneira definitiva como um dos maiores monstros do automobilismo mundial e sua fama deu origem a várias recriações mundo afora.
É o caso deste exemplar que mostro hoje na coluna. Ele foi montado de maneira artesanal e traz muitos detalhes interessantes que nos remetem ao clássico das pistas. Esta configuração com o motor entre-eixos é uma das melhores em temos de distribuição de peso. Por ali temos um propulsor V8 com 5 litros e os corpos de borboleta individuais, devidamente injetado e entregando mais de 300 cv.
A dirigibilidade nos leva diretamente para a década de 60. Ele é baixo, barulhento e exige atenção constante. Nesse caso temos também a visibilidade um pouco mais baixa dos retrovisores e a visão do motor de dentro do habitáculo. Mas a satisfação é muito grande e o ronco do motor invade as ruas e também gera uma satisfação enorme no motorista. Aumente o som por aí.