Importado pela Grupo Caoa, o Hyundai Kona está defasado em relação ao novo modelo disponível no exterior. O preço também não ajuda – R$ 219.990 – apesar de ter recebido um corte de R$ 70.000, depois que as marcas chinesas passaram a oferecer aqui modelos elétricos a preços que, na Europa, geraram reações e ameaça de sobretaxas.
Este crossover, no entanto, é bem agradável de dirigir. Seus 4.205 mm de comprimento permitem achar vagas para estacionar sem dificuldade. Os 2.600 mm de entre-eixos garantem bom espaço para pernas, contudo passageiros mais altos atrás roçam a cabeça no teto. O volante do Hyundai Kona é igual ao do HB20 e central multimídia de 10,25 pol., a mesma do Creta. Espaço para bagagem deveria ser maior do que os 332 litros.
Acelerações são razoáveis, mas com potência de apenas 136 cv não chegam a emocionar: 0 a 100 km/h em 9,9 s. A regeneração em desacelerações e frenagens tem ajuste automático e também manual por aletas atrás do volante. A Hyundai optou por uma bateria de menor capacidade (39,2 kW·h) para diminuir a massa do carro e conseguir – artificialmente – recarga mais rápida (47 minutos em carregador de 50 kW). Entretanto, essa escolha limita o alcance médio a apenas 252 km (padrão Inmetro).
Atualização 17/11/23: Preço do Hyundai Kona. Atualmente, R$ 189.990, exatos R$ 100.000 abaixo do valor anunciado no lançamento. Um corte incomum de 34,5% sobre os originais R$ 289.990.
Veto parcial ao Marco de Garantias inibe queda de juros
A evolução que se esperava com o novo Marco Legal de Garantias acabou praticamente eliminada. A lei foi aprovada no Congresso, porém recebeu veto do presidente da República no ponto essencial: retomada do bem financiado e não pago por meio de processo extrajudicial. Hoje, faz-se necessário iniciar todo um longo procedimento na Justiça e muitas vezes o veículo deixa de ser recuperado ou, quando acontece, já está deteriorado.
No cenário atual apenas 20% do total de unidades financiadas em inadimplência (mais de 90 dias de atraso das prestações) voltam para os credores. “Quem mais sofre, com esse veto, são os consumidores que enfrentam restrições na aprovação de fichas cadastrais”, alertou José Andretta Jr., presidente da Fenabrave.
Outro reflexo dessa falta de visão é anular a tendência natural de diminuir as taxas de juros do Crédito Direto ao Consumidor, caso fosse possível tornar mais ágil a retomada do bem. Isso não aconteceria em curto prazo, mas a experiência internacional mostra que este objetivo foi alcançado.
O Congresso ainda pode derrubar o veto presidencial, no entanto depende de negociações políticas.