Uma apresentação mundial antecipada no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro (RJ), com pormenores descritos sem cerimônia, mostram que a Renault tem ambições para o Kardian nos mercados brasileiro e sul-americano.
A arquitetura foi desenvolvida a partir do zero sem nenhuma ligação com a subsidiária romena Dacia e os atuais Sandero, Logan e Duster. O visual do Kardian lembra o de um SUV, mas tem identidade mais próxima de um hatch com altura de rodagem elevada.
Linhas são de um autêntico Renault. Frente imponente com o novo logotipo da marca, grupo óptico dianteiro em três níveis (de cima para baixo: DRL, faróis alto/baixo e de neblina no para-choque), rodas de liga leve de 17 pol. e lanternas traseiras em forma de “C”.
O interior é amplo para referências do segmento graças aos 2.604 mm de entre-eixos e 4.119 mm de comprimento proporcionando bom espaço para pernas no banco traseiro. Quadro de instrumentos digital de 7 pol., multimídia de 8 pol., freio de imobilização eletroassistido com autoimobilização do veículo nas paradas e porta-malas de 358 litros (VDA) tornam o Kardian um produto bastante competitivo na faixa de preço do Nivus e do Pulse. Estima-se algo a partir de R$ 115.000 quando chegar às concessionárias em março próximo
Para acompanhar a nova arquitetura, a Renault desenvolveu um novo trem de força de 1 litro, três cilindros, turbo flex, de 125 cv e 22,4 kgf.m de torque com etanol. Não se adiantaram pormenores, mas esta é a maior densidade de torque entre os motores produzidos no Brasil por qualquer marca.
Outra escolha bem-vinda é o câmbio automatizado de duas embreagens a banho de óleo, de seis marchas (descartado o câmbio manual). Trata-se de uma caixa mais prazerosa de usar e, segundo o fabricante, permitirá uma economia de combustível até 20% superior a um CVT.
O Kardian será produzido no Brasil no Complexo Ayrton Senna em São José dos Pinhais, região da Grande Curitiba, a partir de dezembro próximo e lançamento em março de 2024.
No mesmo evento a Renault apresentou uma picape conceitual, com o codinome Niagara, desenvolvida sobre a mesma arquitetura. Entre suas características destacam-se tração 4×4 híbrida (na frente um motor a combustão híbrido e atrás um motor elétrico), dois conjuntos mola-amortecedor por roda nos eixos dianteiro e traseiro, além de uma parte frontal e rodas com desenhos dos mais arrojados. A versão final, sem data prevista, terá estilo menos rebuscado.
Salão do automóvel de Genebra volta a… Genebra!
A tradição vem desde 1905, mas a exposição sofreu seguidos cancelamentos durante o período de epidemia da covid-19. Houve também desinteresse dos fabricantes e a empresa suíça organizadora do evento transferiu a edição deste ano, no começo de outubro, para o Catar, no Oriente Médio.
Agora o Salão Internacional do Automóvel de Genebra acaba de ver confirmada sua volta às origens, de 26 de fevereiro a 3 de março de 2024. O executivo-chefe da exposição, Sandro Mesquita, garantiu: “Não será um show de mobilidade, e sim focará no carro como atração central”. Exibirá de tudo desde veículos tunados com motor a combustão aos elétricos, além dos lançamentos de modelos, acessórios e peças.
Haverá áreas temáticas, além dos estandes tradicionais: “Pavilhão da Inovação”, “Distrito do Design”, “Zona de Adrenalina” e “Zona de Emissões Zero”.
Renault foi uma das primeiras a confirmar presença. E ressaltou em nota: “O Grupo participará dos Salões de Genebra e de Paris de 2024, bem como de todos principais salões do automóvel nas regiões onde o Grupo está presente. São verdadeiros espaços de compartilhamento de inovações e discussões em torno da paixão pelos carros.”
Por outro lado, marcas alemãs anunciaram desinteresse pela exposição de Genebra. Só a Porsche ainda não se manifestou. Stellantis também optou pela ausência. Cerca de 20 fabricantes chineses, no entanto, negociam com a organização.