Há quem defenda a tese de que a potência de um carro elétrico deve ser medida em kW e não em cavalos. Mas quando se fala em Ford Mustang Mach-E, fica difícil ignorar que o mais novo produto elétrico do mercado brasileiro reúne, no motor, 487 representantes da raça que inspirou seu nome (e sua dinastia). O Mustang (ou Mustangue, em português), representa uma raça forte. E bota força no Mustang Mach-E.
O primeiro veículo 100% elétrico da Ford para o mercado brasileiro mudou em quase tudo. Deixou o motor a combustão, ganhou porte e design de SUV ao invés da configuração superespoetiva da variante a combustão, mas não abandonou o desempenho. Nesse quesito o Mach-E segue sendo um Mustang, sem nada dever.
Foi isso que o elétrico mostrou em um test drive organizado pela Ford em duas etapas. A primeira consistiu em conduzir o SUV da sede da marca, na Vila Olímpia, em São Paulo, até o Circuito Panamericano, localizado em Elias Fausto, cidade na região de Salto. Em um segundo momento, o Mustang Mach-E foi acelerado na pista (de fato). E em todos o elétrico correspondeu.
No tráfego urbano o Ford Mustang Mach-E apresentou conforto e suavidade. Como no trecho não foi possível desenvolver uma velocidade maior, pequenos toques no acelerador eram suficientes para o SUV andar bem.
A partir do instante em que entrou na Rodovia dos Bandeirantes, sentido interior, o elétrico ficou “irado”. O Ford Mustang Mach-E é capaz de ganhar muita velocidade em um curto espaço. Os 487 cv de potência e os 87,7 kgfm de torque aparecem em sua totalidade. Com velocidade limitada eletronicamente em 200 km/h, o modelo chega sem esforços aos 160 km/h. Portanto, exige prudência.
Para “apimentar” um pouco mais, o Mustang Mach-E tem o som de propulsão. Dependendo do modo de condução selecionado, há a opção de pilotar o elétrico sob o som de um Mustang a combustão. Bela experiência.
Tudo isso sob total conforto e plena segurança. A suspensão Mc Pherson independente na dianteira trabalha muito bem juntamente com a Multilink na traseira. Além disso, a distribuição de peso em 50% para a dianteira e 50% para a traseira tem como resultado muita estabilidade em curvas.
Foi o que o Mustang Mach-E mostrou na pista, sobretudo em exercícios de chickane, feitos a uma média de 60 km/h.
A autonomia é outro ponto positivo. Pelos critérios do Inmetro o Mustang Mach-E tem 379 km a serem percorridos com a carga completa. No ciclo WLTP são 541 km. É possível acreditar no segundo dado. Mesmo em um condução mais esportiva, a porcentagem da bateria demora para cair, bem como os kms que ainda podem ser percorridos.
Para conforto dos ocupantes, a tela vertical de 15” oferece boa visibilidade e a tela de 10” horizontal, posicionada logo acima do painel, entrega as principais informações que o condutor precisa receber.
Lembrando que o Mustang Mach-E não tem maçanetas para a abertura das portas. Basta aproximar-se do elétrico com a chave e apertar um botão posicionado logo acima de onde estaria a maçaneta e a porta será aberta.
Ficou claro, portanto, que a Ford pensou em modernidade e tecnologia, mas não cogitou abrir mão da essência de um Mustang. O elétrico tem o preço de R$ 486 mil. E, antes que alguém pergunte, o motor tem 358 kW de potência.