Os emplacamentos de veículos, considerando a média de todos os segmentos automotivos, fecharam agosto com resultado estável sobre julho. É o que mostram os dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenavbrave). De acordo com a entidade, houve alta do setor em geral na comparação com agosto de 2022 (+7,2%) e no acumulado do ano (+13,7%), com o resultado sendo puxado, principalmente, por motocicletas.
Só o segmento de automóveis teve baixa em relação a julho, quando aconteceu o esgotamento dos recursos das Medidas Provisórias (MPs) 1.175/1.178, que estimularam a comercialização de veículos sustentáveis no País.
“As ações do Governo Federal permitiram o acesso do consumidor, que havia perdido poder compra, aos veículos de entrada, o que demonstrou que o fator preço influencia na escala necessária para a recuperação do setor. As Medidas Provisórias foram muito importantes para aquecer, momentaneamente, o mercado, mas o resultado de automóveis, em agosto, agravado pela piora na oferta de crédito, já deixa clara a necessidade de uma política de fomento industrial de longo prazo. Isso porque algumas marcas ainda tinham saldo de veículos com descontos patrocinados a oferecer, o que fez com que o resultado não fosse ainda pior”, explica Andreta Jr., Presidente da Fenabrave.
O dirigente acredita que os resultados positivos no acumulado do ano devem ser analisados dentro do contexto do setor no período. “A evolução sobre 2022 é positiva (+13,7%), mas devemos lembrar que os emplacamentos tiveram um desempenho abaixo da média histórica no primeiro semestre do ano passado, devido a uma série de fatores (escassez de peças e componentes, guerra na Europa, alta nos combustíveis), e se recuperaram no segundo semestre. Neste ano, não há sinais de que teremos uma forte recuperação na segunda metade do ano”.
O presidente lembra que a Fenabrave está avaliando projetos que poderão ser propostos ao Governo Federal, no sentido de estimular as vendas de automóveis e comerciais leves, de forma que os veículos se tornem mais acessíveis ao consumidor de menor renda, por meio de uma possível redução de preços, maior oferta de crédito, sem perda de arrecadação e visando a valorização da descarbonização do setor.
“Todo esse conjunto de fatores irá gerar a escala necessária para que o segmento de automóveis se recupere, de forma definitiva, trazendo a população de baixa renda de volta para a pista do consumo”.
O ranking
A Fiat Strada segue na liderança de vendas no mercado brasileiro. A picape emplacou 12.870 unidades em agosto. O Chevrolet Onix, segundo colocado, está bem longe, com 8.345 veículos. No acumulado, a Strada tem 73.782 unidades, enquanto o Onix soma 62.715.
Há uma alteração no mercado dos SUVs. compactos. O Chevrolet Tracker fechou agosto com 6.372 unidades, jogando o Volkswagen T-Cross para o segundo lugar, com 5.452. Mas o representante dos alemães vence no acumulado do ano: 46.038, contra 40.773 unidades.
Nas picapes, a nova geração da Ford Ranger emplacou 1.825 unidades, o que a deixou atrás de Chevrolet S10 (2.037) e Toyota Hilux (4.435). Entre as intermediárias, liderança folgada da Fiat Toro, com 4.639 unidades, contra 2.884 da Chevrolet Montana.
Nas fabricantes, a Fiat segue na liderança, com 45.479 unidades emplacadas. A General Motors somou 29.639 veículos e reassumiu a segunda colocação, enquanto a Volkswagen foi para o terceiro lugar, com 28.806 unidades.
Os 10 carros mais vendidos em agosto
1º Fiat Strada: 73.803
2º Chevrolet Onix: 62.715
3º Volkswagen Polo: 62.412
4º Hyundai HB20: 54.180
5º Chevrolet Onix Plus: 49.192
6º Volkswagen T-Cross: 46.038
7º Fiat Mobi: 45.616
8º Fiat Argo: 44.971
9º Chevrolet Tracker: 40.773
10º Hyundai Creta: 40.457
As 10 marcas que mais emplacaram
1º Fiat: 45.479
2º GM: 29.639
3º Volkswagen: 28.806
4º Toyota: 18.063
5º Hyundai: 15.712
6º Jeep: 12.333
7º Renault: 9.894
8º Honda: 7.429
9º Nissan: 6.292
10º Peugeot: 3.940