A Renault aposta na eficiência energética do Kwid e-Tech como um dos trunfos em meio à concorrência dentre os carros elétricos. É com este fator que a marca francesa busca responder de forma efetiva (e comercial) a um dos três questionamentos comuns dentro do tema. É sabido que o grande público busca o valor do veículo, a autonomia e, principalmente, se a conta de luz irá aumentar muito devido às recargas da bateria do modelo.
Foi neste último ponto que a Renault reforçou as características de seu representante. Chegar ao resultado depende de uma série de cálculos, mas a conclusão é que um Kwid e-Tech consome, em média, 122 wh por km rodado. É a mesma energia gasta por duas lâmpadas de 60 watts durante uma hora. Em 100 km serão 12,2 kw, o mesmo que 92 lâmpadas ou um chuveiro elétrico ligado. Em termos financeiros, a julgar por uma média de R$ 0,66 por Kw/h, o custo para um Kwid e-Tech rodar 100 km é de R$ 8,00.
Assim, o carregamento de um Kwid e-Tech custa, em média, R$ 21,00. A variação depende de fatores como o nível de bateria no início da recarga e o tipo de carregador utilizado. Esta média é concluída a partir de um modelo que esteja com a zero bateria e seja conectado a um carregador de corrente contínua (DC). “A potência máxima em um carregamento com corrente alternada é de 43 Kw, enquanto na corrente contínua chega a 50 Kw”, conta o gerente de Projetos Veiculares da Renault, Hugo Gomez.
O tempo de recarga também tem variações. Em um carregamento rápido de corrente contínua, um Kwid e-Tech leva 40 minutos para carregar de 15% a 80% da bateria. Em um wallbox, com corrente alternada, são necessárias quase três horas para atingir os mesmos números. Em um carregador portátil, conectado a uma tomada 220 volts, o carregamento leva quase 9 horas.
A autonomia é um ponto de desacerto. Por exigência do Inmetro, todas as fabricantes tiveram que padronizar seus números com base do PBEV, ligado ao órgão. Com isso, houve uma redução média de 30% na autonomia anunciada no lançamento de cada veículo. No caso do Kwid e-Tech, a Renault declarou uma autonomia de 298 km quando o modelo foi lançado. Com a mudança de padrão, a ficha técnica aponta agora para 185 km. Hugo Gomez compreende a questão da padronização, mas afirma que a nova média não condiz com a realidade da maior parte dos donos de Kwid e-Tech. Além disso, a autonomia de um carro elétrico varia demais de acordo com uma série de fatores, sendo o motorista o principal deles.
“O estilo de condução do motorista, a velocidade e a devida calibragem dos pneus são fatores que fazem diferença para a autonomia. O peso do carro é outro ponto. Um carro só com o motorista tem um consumo; um carro com quatro pessoas e bagagens tem outro. O uso do ar-condicionado também faz diferença”.
Gomez lembra que há itens que fogem do controle de quem conduz o carro, casos da topografia (quem tem que passar por muitas subidas irá consumir mais), condições meteorológicas e temperatura externa. Para colaborar com uma condução econômica, Gomez diz que, na aceleração, o motor consome energia da bateria para mover as rodas. Já na desaceleração o motor elétrico passa a ser movido pelas rodas, tornando-se um gerador de energia que carrega a bateria. Assim, não “forçar” o motor torna a condução mais econômica.