A CBF acertou pela metade (pelo menos em minha opinião, respeitando como de hábito todos os que pensam de forma diversa) ao escolher Diniz como técnico da Seleção Brasileira.
Com efeito, trata-se de um técnico relativamente jovem, pelo menos se o compararmos a um Luxemburgo ou Scolari (ambos também válidos, tanto que estão trabalhando em seus respectivos setores), mas que já demonstrou suas qualidades. Qualidades que, em meu modo de ver, representam as principais características do jogador brasileiro, não muito levado a obedecer a esquemas mas geralmente preferindo a posse da bola e a invenção de cada jogada, de acordo com a inspiração do momento.
Se pudéssemos penetrar na cabeça de um jogador, quando de uma longa explanação tática por parte do técnico que o dirige, provavelmente veríamos uma sensação de enfado e reduzida atenção, pois a bola é que domina tudo e ela é absolutamente imprevisível.
Assim sendo, a escolha de Diniz é a meu ver acertada e louvável, mas está completamente errada a forma como foi feita. Técnico temporário é sinônimo de quebra-galho, de ocupar um espaço até que chegue o técnico realmente almejado. E que, no caso da CBF, tem nome e sobrenome bem definidos: Carlo Ancelotti. E que, no momento, não está disponível, preso como se encontra a um contrato com o Real Madrid, onde seu trabalho vem sendo bastante apreciado.
Mas definir de antemão como temporário o trabalho que Diniz fará é, quanto menos, inelegante, mostrando ser ele, na visão da CBF, apenas um técnico como outro qualquer, que irá levando a seleção até chegar o verdadeiro escolhido.
Em suma, como mínimo um posicionamento deselegante e que poderá provocar muitas críticas se Diniz conseguir uma série de clamorosos sucessos e depois Ancelotti não conseguir, ao menos inicialmente, resultados parecidos.
Então, uma aposta inútil e desnecessária…