No mês passado o Polo liderou o mercado brasileiro de automóveis de passageiros pela primeira vez desde o início da produção aqui em 2002. A versão de entrada Track lançada em fevereiro último ajudou no avanço que levou o modelo a também comandar o segmento de hatches compactos.
Ao avaliar o Track no dia a dia o modelo mostrou comportamento dinâmico igual aos outros Polos, pois não houve mudanças na arquitetura MQB A0, mas ganhou nova grade dianteira. Entretanto, as rodas de aço com calota têm apenas quatro parafusos, contra cinco das demais versões. Isso não atrapalha a segurança, contudo denota de onde se diminuíram os custos. Números de potência (84/77 cv etanol/gasolina) e torque (10,3/9,6 kgf.m E/G) são os mesmos da versão MPI.
O Track veio abastecido com gasolina e ficou nítida uma pequena perda no desempenho, em especial quando trafeguei em estrada. Igualmente em circuito urbano ao transpor lombadas, por exemplo, que exige maior uso do câmbio.
Acabamento interno simplificado e os materiais também estão dentro do figurino da proposta. Ar-condicionado, quatro airbags, vidros dianteiros elétricos e travamento remoto das quatro portas são de série. Não há central multimídia. Rádio e alto-falantes emitem som apenas razoável e é meio temperamental para executar pareamento Bluetooth com o celular. Quanto ao espaço interno destaca-se frente a outros compactos do segmento, além do porta-malas de 300 litros padrão VDA.
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Controle mundial de gases de efeito estufa ainda patina
Grande parte dos países entendeu a necessidade de controlar os gases de efeito estufa para limitar o aumento de temperatura média da Terra em 1,5 °C até o final deste século. Se o compromisso deixar de ser atendido, há grandes riscos de alterações climáticas que podem afetar de forma severa a vida humana no planeta.
É bom lembrar que há outros “vilões” além do gás carbônico (CO2). O metano é um deles de origem principal na pecuária e cerca de 20 vezes com mais poder de contribuição que o CO2. A frota mundial de 1,4 bilhão de veículos responde hoje por cerca de um quarto de tudo que contribui para o efeito estufa. O desmatamento e outras atividades agrícolas têm grande peso, sem esquecer dos transportes aéreo e marítimo.
Entretanto, no caso da cana-de-açúcar e do milho para produção de etanol no Brasil há compensação graças à fotossíntese de mais de 80% da emissão de CO2 pelos veículos leves. Outras atividades como reflorestamento em oposição ao desmatamento e a futura produção de hidrogênio verde colocam o País em uma posição de alguma proeminência, apesar de as condições atuais apontarem problemas.
A Imperial College, universidade de grande prestígio mundial em Londres, acaba de publicar um estudo em que estima que 90% dos países analisados têm planos não confiáveis sobre zerar as emissões líquidas de CO2.
A China continua de longe o maior emissor (24,2%) e baixa confiança em atender as metas, seguida pelos EUA (11,6%) e também baixa confiança. Índia (6,8%), Indonésia (3,9%) e o Brasil (2,9%) foram enquadrados em muito baixa confiança. A União Europeia responde por mais que o dobro (6,3%) dos gases de efeito estufa em relação ao nosso País, porém suas metas são consideradas de alta confiança, como as do Reino Unido e Nova Zelândia.
A meta a ser cumprida depende do esforço gerencial e político, condição econômico-financeira e o cenário atual de cada país em termos de população e área. A China já sinalizou para 2060. A maioria, porém, acredita que em 2050 terá feito a sua parte.