A picape média, com o parrudo chassi tradicional tipo escada, foi lançada no Brasil em 1994. Este ano, até o mês passado, a Ranger ocupava a quarta colocação em vendas no segmento Diesel dos 1.000 kg de capacidade de carga atrás da Toro (de carroceria monobloco), Hilux e S10. No mundo, entretanto, é a segunda mais vendida apenas atrás da Hilux.
Evolução técnica, estilo, equipamentos, mecânica e até preço certamente vão levar o produto da Ford a subir nesta escala. De fato, um modelo tão atual em um segmento que demora em média 10 a 12 anos para receber atualizações mais profundas, reúne as condições para isso. A começar pelo pesado investimento feito na fábrica argentina de General Pacheco. Lá foram desembolsados US$ 660 milhões (R$ 3,2 bilhões) em modernização e digitalização.
Embora reestilizar uma picape seja missão mais desafiadora do que um automóvel, o resultado pode se considerar muito bom. Desde a frente com os faróis de LED e a grade imponente, passando pela lateral com estribo e um degrau de acesso à caçamba junto ao para-choque, além de novas lanternas traseiras. Houve ganho de 50 mm na distância entre eixos e largura, além de 36 mm na altura. O chassi foi reforçado.
Interior todo novo destaca-se pela acústica melhorada, tela vertical multimídia de 12 pol., acesso sem fio para Android Auto e Apple CarPlay e carregamento do celular por indução em um nicho de proteção. Espaço no banco traseiro para joelhos e ombros também melhorou. Atualização dos aplicativos de bordo é feita pelo ar (OTA, em inglês), exclusividade no segmento.
Motor é um V-6 turbodiesel 3-litros, 250 cv e 61,2 kgf.m (até agora só a Amarok tinha um V-6) e câmbio automático de 10 marchas. Durante a primeira avaliação da picape, impressionou pela suavidade rara em motores Diesel. Apesar de acelerar com vigor, sua massa de 2.357 kg é 223 kg maior que a rival da VW e, portanto, perde na aceleração de 0 a 100 km/h (9,2 s contra 7,4 s). Também se destacaram em trechos fora de estrada os seis modos de condução e a câmera frontal para monitorar o terreno à frente das rodas.
Consumo fica entre 7,5 e 11,8 km/l (cidade/estrada) no padrão Inmetro. Os preços, bem situados no segmento, vão de R$ 289.990 a R$ 339.990 (XLT e Limited). Não será difícil brigar pela liderança com ajuda das versões mais em conta (XL e XLS) que chegarão em agosto próximo, a partir de estimados R$ 250.000.