O Governo Federal anunciou na manhã de hoje (25) quais medidas vai tomar para reduzir os preços dos carros para que possam voltar a ser chamados de “carro popular”.
Após reunião com o presidente Lula, com o Ministro da Fazenda Fernando Haddad e com representantes da indústria automobilística, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, fez o anúncio. O principal objetivo é oferecer descontos que variam entre 1,5% a até 10,79% partindo da redução de impostos federais como PIS/Cofins e IPI.
Segundo Geraldo Alckmin, essa regra será válida para carros até R$ 120 mil. Os carros acima desse valor estão fora do desconto. Ele disse ainda que “vamos ter uma metodologia combinando o preço mais baixo, eficiência energética e densidade industrial para colocar esse desconto no preço do veículo”, segundo o site O Globo.
Outro fator importante para compor o carro popular é que se faça uso da maior quantidade possível de peças produzidas no Brasil, como já havia antecipado o CEO da Stellantis, Antonio Filosa, ao dizer que além desse quesito, o projeto deve levar em conta gerar empregos e deve ser totalmente nacional, não se pode, de forma alguma, pensar em carros importados. A fábrica de Betim (MG) seria a mais provável a fazer o carro popular, pois já faz o Fiat Mobi com 95% de produção localizada e com dois mil engenheiros brasileiros.
Voltando à fala de Alckmin, ele disse que em até 15 dias a Fazenda vai apresentar um parecer sobre sobre como pretendem aplicar a redução de impostos e aí sim poderão fazer a MP (medida provisória).
A Band News ouviu Antonio Jorge Martins, coordenador de cursos automotivos da FGV, que disse que não basta esse movimento do governo para a volta das vendas a curto prazo, é necessário também que se baixem os juros já que 70% dos veículos vendidos são através de financiamento.
O Portal Carsughi questionou algumas montadoras para saber como receberam a notícia e, até então, obtivemos a posição da Volkswagen: “A Volkswagen do Brasil está avaliando atentamente as medidas de incentivo ao setor automotivo divulgadas pelo Governo Federal. A empresa reconhece que a iniciativa pode ter forte impacto positivo na economia nacional ao facilitar o acesso aos veículos zero quilômetro. No entanto, a Volkswagen aguarda a divulgação detalhada do programa, por parte do Governo, para comentar o tema”.
Agora é preciso esperar a MP para ver como as marcas vão se posicionar e que preços irão praticar. O Fiat Mobi provavelmente será um dos carros a ter o desconto máximo, podendo chegar a R$ 60 mil.
A Anfavea se pronunciou dizendo acreditar ser possível termos preços abaixo de R$ 60 mil e isso vai depender da política que cada montadora vai adotar. Essa redução de preço contemplará os veículos que estão nos estoques das concessionárias. O presidente da Anfavea diz que é importante ressaltar que esses veículos não sofrerão redução tecnológica, a conectividade está mantida e não haverá qualquer alteração na norma ambiental nem na segurança veicular. O verdadeiro ganho disso tudo é a renovação da nossa frota que é uma das mais antigas em termos de idade e isto tem um componente ambiental extremamente severo. Um veículo usado emite 23 vezes mais poluentes do que um veículo novo, então esse programa tem uma questão social e principalmente ambiental.c