O tradicional estudo do Sindipeças e Abipeças sobre a frota real circulante brasileira apontou que em 2022 havia 46,9 milhões de unidades em circulação entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, ante 46,6 milhões em 2021. O crescimento foi de apenas 0,6%. Motocicletas são 13 milhões.
A idade média da frota não para de envelhecer. Em 2010 era de oito anos e oito meses, enquanto no ano passado havia subido para 10 anos e sete meses. O que preocupa é: 56,5% da frota ter entre 6 e 15 anos de idade; 19,8%, 16 anos ou mais.
Significa que grande parcela não dispõe de avanços na segurança ativa/passiva e controle de gases poluentes. Estas ausências significam custos muito elevados para o País em termos humanos e materiais. Se as vendas de veículos novos não reagirem nos próximos anos, a tendência é de estagnação e crescimento da idade média da frota com graves implicações.
Esses números se diferenciam dos divulgados pelo Denatran (116 milhões de veículos, incluindo motos, motonetas, reboques e semirreboques para caminhões) baseados na frota registrada. Na realidade há milhões de veículos abandonados sem baixa nos registros, tornando mais difícil o planejamento no País.
Alta roda
・ Chevrolet Montana com dimensões externas praticamente iguais às da Oroch acertou na proposta de se colocar entre a Strada e a Toro. Esteticamente tem boa presença, mas a placa dianteira no meio da grade não é solução agradável. A caçamba na versão Premier avaliada conta com capota marítima elétrica, além de ganchos de amarração bem localizados e tampa com abertura amortecida. No interior, motorista e passageiro dianteiro têm a impressão de estar a bordo do SUV Tracker. No acabamento, embora simples, destaca-se a aplicação de tecido no painel e laterais dianteiras. Atrás, o banco apresenta limitações típicas de picapes apesar de boa distância entre eixos.
Motor turbo flex 1,2-litro (133 cv; 21,4 kgf.m; etanol) vai muito bem para a proposta de uma picape mais voltada ao uso urbano. Manobras são facilitadas pela câmera de ré com sensor de distância. Juntamente com o câmbio automático garante também bom desempenho em estradas e nível de silêncio a bordo aceitável.
・ Bosch América Latina está pronta para ter e continuar desenvolvendo soluções elétricas e eletrônicas para qualquer rumo que o mercado de veículos tomar. Seu presidente, o argentino Gastón Perez, disse em encontro na sua sede em Campinas (SP) que a empresa alemã é agnóstica no combate às emissões globais de gás carbônico (CO2) e cada país faz sua parte. “O Brasil tem uma solução imediata. Podemos em três anos descarbonizar o País: basta produzir e incentivar mais o uso do etanol. Acho errada a discussão se será elétrico ou híbrido flex, até por ser uma tecnologia de transição. No longo prazo a solução está no hidrogênio”, afirmou.
Um setor que a Bosch incentivará muito é o desenvolvimento local de softwares. Entre 2030 e 2035, 50% do valor de um automóvel estará ligado a esse campo da ciência. E desde já investe na capacitação técnica de estudantes entre 16 e 19 anos, em parceria com o Senai, tendo como meta a formação de pelo menos 1.000 novos profissionais para reforçar sua equipe atual.