A história do Fusca é uma das mais incríveis no mercado automotivo mundial. Lançado na década de 30 com uma proposta bem simples, a de levar quatro pessoas e chegar aos 100 km/h, o modelo não evoluiu tanto ao longo dos anos, especialmente em nosso mercado, mas manteve a sua natureza simples e objetiva.
No Brasil o Fusca começou a ser vendido em 1950. Na época ele era apenas montado por aqui no sistema chamado de CKD, ou seja, basicamente não tinha produção de nenhum componente nacional. A efetiva nacionalização ocorreria em 1957, com o lançamento da Kombi, e o simpático sedã dois anos mais tarde.
Como foi dito no início o modelo não passou por grandes evoluções ao longo de sua vida. A mais importante, sem dúvida nenhuma, foi a substituição da suspensão dianteira por um conjunto da McPherson, a qual infelizmente nunca chegou por aqui. De qualquer forma o Fusca nacional teve pequenas mudanças ao longo dos anos como detalhes de acabamento e freios a disco nas rodas dianteiras, por exemplo.
Falando em motorização a história começou com um propulsor de 1.200 cm³, evoluiu para 1.300 cm³ e chegou ao ápice, no inicio dos anos 70, com o Fuscão e seus 1500 cm³. Naquela época os preparadores já faziam receitas para apimentar o desempenho do carrinho, que participava ativamente das provas do automobilismo nacional.
Isso motivou a Volkswagen a lançar a última grande mudança do Fusca em termos de motorização: o conjunto com 1.600 cm³ de cilindrada e dupla carburação. Para marcar a chegada desse modelo foi criada uma versão especial, o 1600 S, que trazia um aspecto mais espartano e esportivo justamente para seduzir a molecada que gostava de acelerar.
Pessoalmente o Bizorrão, apelido dado sob medida, trazia rodas de 14 polegadas da Brasília, um spoiler traseiro que ajudava na indução do ar para dentro do motor e apenas três cores. Internamente as maiores mudanças como bancos reclináveis, volante Walrod de três raios e o painel bastante completo trazendo tacômetro, amperímetro e temperatura de óleo. Foi o Fusca mais completo já fabricado no Brasil com essas informações para o motorista.
No quesito desempenho ele andava muito bem para os padrões da época. Chegava a ser quase 6 segundos mais rápido do que o 1500 nas acelerações. Além disso o ajuste dos pneus e suspensão fazia do 1600 S uma opção divertida pra quem queria se sobressair no trânsito. Na próxima semana falaremos de um projeto de Uno Mille turbinado. Até lá!