O quinto encontro entre Argentina e Holanda em uma Copa do Mundo tem importância similar aos últimos dois. O primeiro encontro rende poucas lembranças, pois todas migraram para o segundo, para muitos o único que valeu ou existiu.
Os motivos são compreensíveis, embora não tenham total razão. O confronto em 1978 significou a final daquele mundial, sendo a segunda decisão holandesa e a primeira argentina, justamente na própria capital do país. A vitória local amenizou o ambiente provocado pelo regime no país, enquanto a população se empanturrava de carne para comemorar, depois de ter engolido o Peru em circunstâncias indigestas.
O primeiro encontro, em 1974, marcava uma rodada pela segunda fase em outras fórmulas de disputa. O Carrossel Holandês colocou a Argentina na roda com um placar de 4 a 0 menos lembrado que os 2 a 0 sobre o Brasil. É mais gratificante bater o campeão do mundo do que alguém que iria vencer somente quatro anos depois. O duelo de 2006 foi sem gols e sem graça.
Quem remeteu à final de 1978 viu que o confronto arremeteu 20 anos depois, na França e decolou para ser um dos mais marcantes daquele e de outros mundiais. As gerações de Van der Sar, Frank de Boer, Davids, Bergkamp, Kluivert, Zanetti, Simeone, Verón, Ortega e Batistuta se encontraram durante 90 minutos em que o peso dos nomes tornou a partida uma das mais fortes já disputadas. Tanto que foi disputada até os últimos instantes. O gol marcado por Bergkamp, depois de cortar Ayala, quando o placar marcava 1 a 1, retratou que o talento individual poderia determinar o resultado. E foi exatamente o que aconteceu. Passou a Holanda para as semifinais.
Igualdade de fato foi acontecer somente em 2014, no gramado da hoje Neo Química Arena, em uma disputa que precisou ir para os pênaltis, com vitória argentina e vaga na decisão com a Alemanha.
Na quinta vez em que Argentina e Holanda se encontram, o confronto está muito mais para 1998 e 2014 do que para 1974 e 2006. Pode igualar-se a 1978. Não pelo que está em jogo, mas pelo que o jogo pode se tornar.
Brasil x Croácia
Brasil e Croácia jamais se enfrentaram em uma fase eliminatória da Copa do Mundo, embora os confrontos em 2006 e 2014 tenham sido bastante significativos para um país relativamente novo. Nos dois encontros a vitória foi brasileira, mas a Croácia de 2022 está mais próxima da vice-campeã mundial de 2018 do que aquela de 2014. E isso inclui nomes do elenco e maneira de jogar.
A seleção brasileira deve encontrar um adversário mais próximo de Sérvia e Suíça do que alguém como Camarões. Da Coreia do Sul não há muito o que dizer, pois nada do que era esperado aconteceu, sobretudo depois dos 2 a 0 para o Brasil antes dos 15 minutos de jogo. O mais provável é o Brasil pegar um adversário que marca mais forte, não dá espaços e que tem Modric e Peresic em caso de contra-ataque.
Em 1998 Holanda e Argentina se encontraram nas quartas de final. Os holandeses se classificaram e enfrentaram o Brasil nas semifinais. A decisão foi entre Brasil e França.
Mas cada Copa tem a sua história…