Para quem deseja entrar na era da eletrificação pode ser desconfortável não vislumbrar a possibilidade de viajar por qualquer rodovia sem planejamento prévio. Por isso os híbridos plugáveis aparecem como aliados. Eles independem de uma rede de recarga e preferencialmente com carregadores rápidos ou ultrarrápidos ainda pouco comuns no Brasil.
O Audi Q5 Sportback TFSIe tem um motor 2 L turbo a gasolina de 252 cv e 37,7 kgf.m e um elétrico de 143 cv e 35,7 kgf.m. A potência e o torque combinados são, respectivamente, de 367 cv e 50,9 kgf.m. Garantia de desempenho bem marcante (0 a 100 km/h em 5,3 s). A velocidade máxima só com o motor elétrico é de 135 km/h (210 km/h com os dois motores).
Pode ser dirigido com o silêncio e a resposta instantânea do motor elétrico por cerca de 60 km. São condições ideais de uso urbano nas grandes cidades. A recarga domiciliar é feita em tomadas comuns ou por meio de um sistema de carregamento compacto para garagem que vem de série. Regeneração durante as frenagens ajuda a recarregar a bateria de 17,9 kWh e 381 V.
Além de muito espaço interno, inclusive no banco traseiro apesar da curvatura no teto, o SUV cupê médio-grande oferece posição de guiar perfeita. No quadro de instrumentos reconfigurável de 12,3 pol. o conta-giros não tem ponteiro. Foi substituído por uma estreita barra horizontal que se desloca da esquerda para a direita.
Em uma viagem entre São Paulo (SP) e Holambra (SP), com pouco uso dos freios, o motor a combustão só entrou em ação de forma permanente com 51 km percorridos em trechos de velocidade máxima permitida entre 100 e 120 km/h. A qualquer momento durante uma ultrapassagem foi só pisar mais fundo no acelerador e os dois motores trabalharam em conjunto instantaneamente.
A tração quattro ultra sob demanda transfere potência das rodas dianteiras para as traseiras conforme a necessidade e de forma automática, o que ajuda na economia de combustível. Nesta viagem o computador de bordo apontou média de 18 km/l.
Salão do Automóvel de Paris perdeu força
Anos de ouro da exposição francesa bienal aconteceram na primeira década deste século. Corredores ficavam superlotados e a média de visitantes era de quase 1,5 milhão ao longo quase duas semanas. Só de fabricantes de veículos eram mais de 60, além de produtores de autopeças e empresas de serviço. Com o avanço da cobertura pela internet e estratégia de fabricantes em antecipar novidades antes dos salões, o público ao vivo foi encolhendo. Na última edição, em 2018, os visitantes já haviam diminuído para um milhão.
Em 2020 a covid-19 obrigou o cancelamento. Em 2022 a exposição está aberta por apenas seis dias até o próximo dia 23. Claro sinal do esvaziamento que atingirá não apenas Paris como outros grandes salões (o de Genebra, por exemplo, vai migrar para Doha, no Catar). Este ano há apenas 19 expositores, sendo três chinesas e uma vietnamita. Marcas que sempre atraem os olhares como Ferrari, Lamborghini, Porsche e o trio de ferro alemão (Audi, BMW e Mercedes-Benz) desistiram. Até mesmo a Citroën não se apresentou este ano.
Os carros-conceito, atrações em todos salões por projetarem o futuro, continuam em evidência, além dos show cars. A Renault domina a cena com quatro produtos elétricos: 4EVER Trophy, R5 TURBO 3E, R5 Prototype e Kangoo Hippie Caviar Hotel. Kangoo E-Tech elétrico e o SUV Austral híbrido (talvez seja produzido no Brasil) completam as novidades Renault.
Jeep Avenger, menor que o Renegade, tem versões elétrica e híbrida, sendo esta uma possível opção para produção aqui.