(Rodrigo Coca/Ag. Corinthians)
No dia 30 de abril de 2008, o Corinthians recebeu o Goiás no Morumbi, pelo jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil. Precisava vencer por dois gols de diferença para levar a partida às penalidades, porque, na ida, havia perdido por 3 a 1, em Goiânia. Pois bem, venceu por 4 a 0 e se classificou às quartas de final do torneio.
Passados 14 anos, a história se repetiu pela Copa do Brasil, frente a mais uma equipe goiana. Após perder por 2 a 0 fora de casa, o Corinthians goleou o Atlético-GO por 4 a 1, em Itaquera. Se classificou à semifinal da competição, e agora vai pegar o Fluminense.
O destaque da partida foi Yuri Alberto, que anotou logo três gols, depois de passar oito jogos em jejum — seis sem finalizar no alvo. Também cabe menção honrosa a Roger Guedes e Renato Augusto, dupla de armadores diretamente responsável pelo placar elástico.
O gol de Gil, por ter saído no primeiro tempo, foi fundamental para classificação corintiana. Nesses jogos, o aspecto psicológico conta bastante, e um gol antes do intervalo acende a chama da equipe para virar o placar. Com o marcador zerado, a cada minuto que passa a ansiedade ganha forma.
Aliás, essa era uma aposta do técnico Vitor Pereira. Gil foi banco nos jogos decisivos, e o bom jogo aéreo faria diferença na partida de hoje. O gol saiu na base da insistência, porque o Corinthians abusava das bolas alçadas à área.
Os cruzamentos de Renato Augusto saíam todos altos e lentos, o que facilitava a vida do goleiro Renan. Quando o camisa 8 acertou a dosagem de força no cruzamento, foi impecável.
O Corinthians era muito melhor. Só no primeiro tempo, foram 15 finalizações contra nenhuma do Atlético-GO, que buscava espaço para contra-atacar, mas não conseguia passar do meio-de-campo. Já o Corinthians, explorava os lados do campo com Guedes e Adson, e Renato Augusto corria o terreno inteiro. O diferencial da partida já não seria mais tático e, sim, técnico.
Para a etapa complementar, a orientação de Vitor Pereira era a mais óbvia: não diminuir a intensidade. E assim o Corinthians fez: com 10 minutos, a situação já estava resolvida, com dois gols de Yuri Alberto — um de cabeça e outro de perna esquerda. Mais tarde, o novo camisa 9 fez o terceiro, de direita. Tudo isso para dizer que depois de um longo período de seca de gols, marcou numa noite de tudo quanto é tipo.
Por fim, para dar números finais à partida, Wellington Rato deu o primeiro chute do Atlético-GO no alvo. Um golaço, feito a partir de boa jogada ensaiada de falta; mas já era tarde.
O Corinthians, enfim, reencontra-se com a vitória. A semana foi tensa, pois rendeu eliminação da Libertadores e derrota no dérbi que o jogou para a terceira posição no Brasileiro. O ano não está perdido, mas está claro que o time precisa de regularidade — principalmente fora de casa, cujo aproveitamento é deplorável.
Para chegar à final, o Corinthians precisa de mais atuações como a de hoje. Até porque, mesmo que tenha oscilado bastante na temporada, o Fluminense tem um dos níveis mais agradáveis de futebol do país.
