O avanço da tecnologia traz inúmeras vantagens e conforto para os usuários e, no meio automotivo não poderia ser diferente. A possibilidade de estar dentro de casa e acionar o motor de seu carro à distância, ajustar a climatização e, ao entrar já estar quente ou fria a temperatura, é apenas uma das tantas facilidades que são oferecidas.
Outras ainda permitem agendar revisões, verificar danos no sistema, bloquear o carro à distância em caso de roubo ou furto, etc. Porém, como tudo que vem para o bem, também tem ação para o mal. Assim, chegou a esse mercado a ação dos hackers, que permitem que a tecnologia trabalhe para o crime.
De que forma isso acontece?
Os criminosos tem usado equipamentos digitais para “enganar” os componentes eletrônicos e assim explorar suas vulnerabilidades, permitindo o furto de veículos. Alguns casos já foram falados aqui no Brasil de, num mesmo modelo de carro, terem aberto a porta com apenas a aproximação de um celular, tal como seu proprietário o faz.
Segundo dados do site Automonitor, esses equipamentos podem ser adquiridos com facilidade na internet, de forma legal e com valores acessíveis. O Uol também fez uma apuração e levantou cinco exemplos de estratégias usadas pelos bandidos:
1) Clonagem da chave presencial
Para essa ação, os bandidos agem em dupla, onde um deles carrega numa mochila um dispositivo equipado com antenas que captam o código da chave presencial e transmitem para outro aparelho que pode ser até um smartphone, o que permite ao bandido parceiro abrir a porta, entrar, ligar o carro e fugir com ele.
A explicação para essa ação está no fato de que as chaves presenciais usam um sinal de rádio emitido através de pulsos que se comunicam com os sensores presentes no carro. Se seu carro foi roubado dessa forma, é altamente recomendável que, ao recuperá-lo, seja solicitado à concessionária a recodificação da chave.
Especialistas dizem que há uma forma barata de se proteger, comprando pela internet um estojo para colocar a chave dentro, que bloqueia o sinal de rádio. Outra opção mais caseira é envolver a chave em um papel alumínio.
2) Jammer
É um aparelho concebido para ajudar na recuperação de automóveis furtados, muito usado em motos, por exemplo, pois barateia o custo comparando ao valor de um seguro. Para os carros, também é usado e muito exigido por várias companhias de seguro para fazer a apólice. O “jammer” é o aparelho usado pelos bandidos para confundir e embaralhar o sinal de rádio emitido pelo rastreador, dificultando ou até impedindo que se localize o veículo.
O especialista em segurança da empresa Ituran, Rodrigo Boutti, conta que já se deparou com jammers de até 16 antenas, cada uma interferindo numa frequência específica.
3) Detector de rastreador
Para que o roubo seja feito da melhor forma possível, os bandidos fazem uso ainda de um detector para descobrir o sinal do rastreador e até a localização do veículo a ser roubado, pois muitas vezes o roubo é feito sob encomenda, o carro não vai para desmanche. Esse aparelho também usa ondas de rádio para funcionar.
4) “Cérebro”
Atualmente, todos os carros vem equipados com uma ECU (‘Engine control unit’), que é a central de gestão eletrônica do carro, ou mais conhecida como seu cérebro, pois ela comanda desde a partida do carro até a injeção do combustível. Os criminosos normalmente ao roubarem um carro, fazem a substituição dessa central por uma hackeada e assim ligam o carro sem a necessidade da chave.
5) Controle remoto
Você já deve ter lido dicas de, ao estacionar seu carro em um posto de estrada, por exemplo, verificar se as portas forma mesmo trancadas ao fechar com seu controle da chave. Isso ocorre porque os bandidos usam um dispositivo que impede que o carro seja fechado. No momento em que você aciona seu controle, eles acionam o dispositivo deles e os dois sinais, quando emitidos ao mesmo tempo, inibem o trancamento das portas. Isso vale para qualquer lugar onde você estacionar seu carro. Faça sempre essa checagem pois os bandidos podem estar em qualquer outro carro próximo ao seu.