Tite tem reprovação de uma parcela significativa da opinião pública. No anúncio da escalação nos autofalantes do Maracanã, o treinador foi vaiado por boa parte do estádio, mesmo tendo números impressionantes à frente da Seleção Brasileira.
Pelas Eliminatórias, são 16 jogos, 13 vitórias e seis empates (87% de aproveitamento). Foram 36 gols marcados e somente cinco sofridos. O Brasil criou 54 chances de gols no torneio, e cedeu apenas duas grandes oportunidades aos adversários.
Os números não representam o brilho da Seleção, mas dizem muito sobre ser eficiente. Na Copa do Mundo, nem sempre o time com o futebol mais bonito será o campeão. Se um país vencer todos os seus jogos por 1 a 0, jogando mal, ficará com a taça no fim — a Croácia chegou à final de 2018 passando por três prorrogações.
Fato é que Tite incomoda, por suas escolhas em convocações, metodologias de trabalho e leituras de jogo que são diferentes da maioria dos que o criticam. Não é preciso concordar em tudo o que o treinador faz; mas é necessário buscar entender suas atitudes e não construir análises rasas fundamentadas em discursos populares.
A Seleção Brasileira não brilhou contra o Chile, mas venceu por 4 a 0. Repetiu o mesmo placar de seu jogo mais recente, contra o Paraguai. Em minha visão, esse é o reflexo do trabalho de Tite à frente do Brasil: o brilho se encontra na eficiência. O mais importante é entregar resultados satisfatórios.
E por mais que análises da opinião pública se restrinjam ao fato de o Brasil apenas jogar contra sul-americanos, não tem como responsabilizar o treinador por isso.
O trabalho de Tite merece criticas mais bem trabalhadas, e não o simples fato de não concordar com escolhas da convocação.