Vitor Pereira chegou ao Corinthians, assistiu à vitória do alvinegro sobre o Red Bull Bragantino e agora vai se preparar para iniciar os trabalhos no clube. A passagem de bastão de Fernando Lázaro ao português é a melhor possível, pois envolve um material muito bom para estudos.
O primeiro objeto de estudo que eu destaco é o segundo tempo da vitória sobre o Ituano, no início deste mês. O Corinthians tinha feito uma etapa inicial apática e precisava mudar para vencer o jogo. Lázaro desenhou a equipe num 3-4-3 (quando tinha a posse da bola) muito interessante.
Fagner fez a linha de três zagueiros e Fábio Santos subiu para armar no meio. Renato Augusto dava três passos para trás a fim de armar o jogo de frente para o gol, e liberava Giuliano e Paulinho para apoiar o ataque. Trata-se de uma variação importante, funcional e efetiva. É repertório tático dessa equipe para o português estudar.
Além do jogo contra o Ituano, o Corinthians teve uma boa vitória sobre o Mirassol. Os 45 minutos iniciais foram avassaladores para a equipe alvinegra. Fernando Lázaro atendeu um pedido antigo da torcida e armou o time num 4-4-2, com Giuliano mais aberto na direita, Du Queiroz na proteção da zaga, Paulinho com liberdade para avançar e Renato Augusto preenchendo espaços e orquestrando jogadas.
O destaque foi a dupla de ataque: Mantuan e Roger Guedes. Mais soltos, mas com Guedes mais centralizado. O esquema variava com o 4-1-4-1 de Sylvinho. A aposta de Lázaro foi determinante para a vitória parcial da equipe.
Por outro lado, tanto contra o Ituano quanto diante do Mirassol, o Corinthians sofreu gols de bola parada. Jogadas semelhantes, de bolas na segunda trave. Uma deficiência dessa equipe, e um ponto que merece atenção especial do novo treinador.
Contra o São Bernardo, o destaque foi para o uso do quinteto de reforços, titular pela primeira vez. O 4-1-4-1 foi mantido, e o primeiro tempo foi muito fraco, finalizando apenas uma vez à meta adversária.
O destaque: esse time do Corinthians, nessa formação, prioriza muito a posse de bola. Se mostrou mais perigoso quando atraiu a primeira linha de marcação adversária e teve mais espaço para atacar. A velocidade do time está no passe, e assim venceu e convenceu no segundo tempo. Belo placar de 3 a 0.
Se Vitor Peireira assistir ao empate contra o Botafogo-SP em 1 a 1, verá as opções do banco de reservas que foram testadas. O jogo em si foi fraco, sonolento e de pouca empolgação. Alguns aproveitaram bem suas chances como Raul Gustavo. Outros não corresponderam à expectativa, como Luan — embora tenha acertado a trave adversária.
Já o confronto diante do Red Bull Bragantino, Pereira assistiu in loco e anotou suas percepções da partida em um caderninho. Viu que Du Queiroz ficou sobrecarregado na marcação e que o adversário teve espaço para finalizar 17 vezes; mas observou Cássio ser destaque, João Victor fazer ligações diretas ao ataque e Fagner ser decisivo no apoio ao ataque. Provavelmente, o português também considerou que a alta temperatura em Itaquera, às 11h, também foi um dificultador para que o alvinegro fosse intenso.
Enfim, o interino Fernando Lázaro, que é coordenador do Cifut (Centro de Inteligência do Futebol), encerra seu período como treinador de forma invicta e entrega um Corinthians pronto para Vitor Pereira trabalhar. Ele seguirá na comissão técnica alvinegra, mas ainda não há informações sobre qual será a sua nova função.