A derrota do São Paulo para o América-MG expôs o tamanho do déficit técnico do elenco tricolor. Curioso porque se trata do mesmo plantel que foi campeão paulista. Nessa reviravolta, Ceni apontou como principal motivo para a queda de rendimento a mudança do perfil do grupo.
“É um time mais calado. Jovens calados. Mais velhos que não têm como característica serem jogadores eloquentes. Time quieto. Estamos tentando desenvolver isso nos jogadores, que falem antes e durante a partida. Quanto mais cantado o jogo for, menos energia você gasta e mais bem posicionado está. É um time calado”, comentou Ceni, após a derrota por 4 a 0 para o Flamengo, no mês passado.
No jogo contra o América-MG, os maiores problemas eram de fato técnicos. O São Paulo apresentou pelo menos três erros graves de saída de bola — chances que não foram bem aproveitadas pelo time mineiro. Foi um show de passes errados. Parecia estar em início de temporada, de tão desentrosada, e não disputando a última rodada do campeonato nacional.
Embora o duelo desse a aparência de ser mais aberto, quem criava as melhores chances era o América-MG. Muito em função dos erros do São Paulo. Time mineiro retomava a posse de bola e partia em velocidade contra a defesa mal armada paulista.
Era óbvio que o primeiro gol sairia logo, e que o segundo também não levaria muito tempo. O número de chances desperdiçadas pelo time da casa fez com que o placar fosse “só” 2 a 0, o que diminuiu o peso da derrota tricolor.
O São Paulo precisa de renovação, e obviamente isso está associado ao elenco; mas como recorrer ao mercado tendo uma dívida que se aproxima de R$ 700 milhões? A base pode surgir como solução, mas é preciso novas alternativas.
Talvez uma das maiores dificuldades enfrentadas no ano foi a rodagem do elenco. Crespo sofreu com tantos jogadores no departamento médico do clube. Era praticamente impossível ter um trabalho sequencial; mas agora, sob a batuta de Ceni, fica cada vez mais nítida a carência de novas peças.