O recente investimento anunciado pela Volkswagen – de R$ 7 bilhões até 2026 – traz um fato embutido: a saída dos motores 1.6 do mercado. Nesse sentido, a ideia do aporte é investir em tecnologia e novos modelos, que jamais citam motores nessa litragem. Menos eficientes, portanto, esses propulsores devem deixar as prateleiras em breve. Afinal, a ideia de potência acessível das últimas décadas caiu por terra, dando lugar a ideias como eletrificação, downsizing e eficiência.
A próxima vítima dessa nova realidade, no entanto, deve ser o Gol 1.6. O hatch – que sairá de linha em 2022 e voltará no futuro como mini-SUV – não deve suportar a chegada de programas que incentivam a modernização da cadeia automotiva e controlam o nível de emissão de poluentes, como o Rota 2030 e a fase L7 do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve).
E não é só ele. Quem acompanha o mercado já deve ter notado que algumas opções de veículos com motor 1.6 já se despediram do mercado. É o caso, no entanto, de Renault Sandero (que só tem 1.0 na gama) e Volkswagen Fox, que saiu de linha recentemente.
Mais exigências
Estes são os responsáveis por influenciar os próximos passos das montadoras, extinguindo, de vez, os motores 1.6. Substituto do antigo Inovar Auto, o Rota 2030 (Lei 13.755) busca incentivar a tecnologia e inovação da cadeia automotiva nacional (autopeças, sistemas estratégicos de produção e as próprias montadoras), norteando a produção, elevando a segurança e a oferta de veículos sustentáveis.
Como é o programa?
O programa tem duração de 15 anos e se divide em três etapas de cinco anos cada. A primeira é de 2018 a 2022. Para as empresas, os benefícios são redução das alíquotas do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) em até 2%, o Regime de Autopeças Não Produzidas (que permite importação de peças sem impostos) e incentivo de pesquisa e desenvolvimento.
Além do Rota 2030, a fase L7 do Proconve tornará mais rígida a medição dos níveis de emissão de poluentes no País. As medidas entram em vigor em 2022 e 2023, mas as montadoras já devem se adequar às novas regras em dezembro de 2021.
Em janeiro de 2022, portanto, todos os modelos produzidos nacionalmente devem estar dentro dos novos parâmetros. As marcas terão até 31 de março de 2022 para vender ou recolher os carros de padronagens antigas em suas concessionárias.
A vez dos turbinados
Como o propulsor 1.6 não atende às diretrizes do Rota 2030 e do Proconve L7, e o próprio mercado vem demandando motores mais eficientes – motores 1.0 e 1.0 turbo, por exemplo -, o caminho do fim será inevitável. Em seu lugar, estão chegando versões turbinadas mais eficientes, modernas e econômicas, emitindo assim menos poluentes, reduzindo as emissões de carbono e contribuindo para um planeta mais sustentável.