Além dos carros existem mais temas e segmentos que atraem minha atenção. O de veículos comerciais e pesados é um deles. Há algum tempo temos matérias com caminhões e ônibus no canal e agora retomamos esse espaço com força total, com foco nos clássicos e modelos que fizeram história.
No início da década de 70 os caminhões disponíveis no mercado brasileiro eram, prioritariamente, a gasolina ou diesel. Um dos exemplos eram os modelos da Ford. O Dodge também trazia essa configuração, ambos utilizando motores V8, os mesmos utilizados nos carros de passeio das respectivas marcas.
A Mercedes-Benz percebeu uma brecha nesse mercado e lançou o 608 D em 1972. O seu grande diferencial era o motor a diesel, que conseguia reunir economia, eficiência no funcionamento e suavidade no desempenho das tarefas diárias para o transporte de mercadorias nas cidades e também regionalmente.
O modelo teve diversas configurações e também ficou conhecido pela sua grande versatilidade. Por essa razão sempre vimos versões com carroceria de madeira, Bao, frigorífico e também algumas outras variações interessantes, tais como carro-forte, transporte de biscoitos e também papa-móvel.
E hoje eu trago pra vocês o Brucutu, essa versão que foi usada pela Polícia Militar de Minas Gerais, em seu batalhão de Choque, para a função de CDC (controle de distúrbios civis). A corporação já havia utilizado anteriormente um Toyota Bandeirante, que também trazia blindagem.
A primeira vista se destaca justamente a blindagem, com destaque para as grades de ferro nas janelas e proteção dos faróis e caixas de roda. Na carroceria é possível observar alguns detalhes, como os buracos para utilização de armas, bombas de gás lacrimogêneo e também o canhão de água no teto da viatura.
Dessa forma o peso aumentava consideravelmente e exigia habilidade do motorista. Com blindagem e mais capacidade para 200 litros de água o total chegava a quase 9 toneladas. De qualquer forma hoje em dia o antigo Brucutu é usado para festas e passeios. Sem dúvida uma aposentadoria tranquila para este velho combatente.
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