Aconteceu, hoje, a final mais elitista da história da Copa Sul-Americana. Haviam algumas formas de assistir à decisão: viajar até o Uruguai e pagar pelo menos R$ 560 (setor mais barato) para torcer das arquibancadas do estádio Centenário ou acompanhar a transmissão pelo canal pago da Conmebol.
Torcedores atleticanos eram maioria no estádio, e só pareceu ter uma presença considerável nas arquibancadas porque a Conmebol teve que realocar o público para que o estádio não parecesse tão vazio na transmissão; mas quando se observava o lado da torcida do Bragantino, dava pra ver uma desigualdade escandalosa. Estádio longe de estar populoso, como é o futebol, esporte do povo.
Com menos de 10% de ocupação do estádio, foi registrado hoje o pior público da história da Copa Sul-Americana. E como muitos torcedores do Red Bull não puderam ir ao Uruguai, o clube instalou dois telões no estádio Nabizão para a torcida acompanhar o duelo; mas nas arquibancadas do Centenário, o cenário era o mais distante possível de uma final continental.
Athletico campeão!
Em campo, deu Athletico. Porque jogou melhor e foi mais agudo no primeiro tempo. O Red Bull Bragantino até começou a partida ameaçando mais o oponente, como no escanteio batido por Cuello em que quase saiu um gol olímpico, salvo por Santos. Depois dos 20′, a equipe paranaense se soltou.
Com mais posse de bola de ataque, criava suas melhores chances em jogadas de infiltração, principalmente pelos extremos, onde era mais forte. Do lado direito, o apoio de Marcinho ao ataque era importante; mas era pelo outro lado, o esquerdo, em que saíam os laces mais perigosos.
Na jogada gol, interessante notar que o lance se origina de uma inversão de campo. Sai da direita para a esquerda. A linha de quatro da defesa do Bragantino falha, e aí Terans chutou cruzado e Nikão aproveitou o rebote de Cleiton num belo voleio. O gol do título.
Na etapa complementar, o Athletico seguiu melhor, criando as melhores chances. Só que a partir dos 60′, baixou as linhas de marcação para ter espaço para o contragolpe. Aposta perigosa, porque o Bragantino pressionou até o fim e por pouco não empatou; mas a organização do sistema defensivo de Valentim, voltando a jogar com uma linha de cinco, garantiu o título ao rubro-negro paranaense.