O São Paulo venceu o Corinthians, no Morumbi, com méritos. Não fez uma partida brilhante, mas foi melhor, e isso é o que mais importa no momento em que há necessidade de conquistar resultados positivos — ainda mais num clássico.
O Corinthians vem de uma sequência de três jogos apresentando futebol apático. Hoje, a equipe de Sylvinho optou por uma estratégia muito infeliz: atrair o São Paulo ao campo de defesa. Logo no início, em ritmo sonolento, sofreu o gol de Calleri.
Para o São Paulo, o clima era de decisão. Com apoio de mais de 23 mil torcedores, brigava por todas as bolas, arriscava bastante e se dava ao luxo de cruzamentos de letra — aliás, ótima partida de Igor Gomes. No entanto, o ritmo tricolor diminuía com o tempo. Na metade da etapa inicial, já não era tão intenso. Voltou do intervalo muito melhor que o Corinthians, mas depois de meia hora perdeu fôlego.
No geral, o São Paulo foi melhor, e por pouco não fez 2 a 0 — a trave impediu —. O Corinthians, diante do ritmo são-paulino, continuava lento. Mesmo com a bola nos pés, o alvinegro chegava à intermediária ofensiva, deparava-se com o adversário completamente fechado e recuava para os zagueiros, para atrair os jogadores tricolores e poder se infiltrar entre as linhas do oponente. Não deu certo.
O Corinthians tem um time de construção de jogadas, ou seja, que é melhor tendo a posse da bola, e jogar na base de contragolpes é uma escolha ruim, porque as transições ao ataque são lentas. A velocidade da equipe se concentra pelos lados, mas hoje Adson e Gabriel Pereira estavam abaixo.
Além disso, fica cada vez mais claro, também, que o Roger Guedes não rende jogando centralizado. Quando o atacante foi jogar pela esquerda, foi gritante a melhora corintiana no jogo.
Com os desempenhos de hoje, o corintiano fica preocupado, enquanto o são-paulino ganha esperanças para o restante da temporada.