O Athletico está na final da Copa do Brasil, após travar um duelo nobre contra o Flamengo, em que a parte tática se sobressaiu à técnica. Venceu por 3 a 0, um placar que não diz por si só o quanto a equipe paranaense sofreu no jogo.
Diferentemente do jogo em Curitiba, o Athletico jogou com uma linha de quatro na defesa. Jogando fechado desde o início, explorava contragolpes rápidos com Nikão, e com menos de 10 minutos conseguiu um penal que mudaria por completo os nervos da partida.
Após o gol, o ansioso Flamengo passou a jogar contra o tempo, e o Athletico a favor. O rubro-negro carioca seguiu se lançando ao ataque, tendo mais posse de bola, volume e intensidade, enquanto o paranaense se preocupava em afastar a bola e aproveitar a exposição do adversário para armar contragolpes.
Duas coisas facilitaram as ações da equipe de Valentim. A primeira tinha respeito às jogadas do time carioca: todas pelo centro, onde estava mais congestionado. E a segunda era evidente: o Flamengo não conseguia impedir a saída de bola dos volantes do Athletico, o que permitia contragolpes rápidos e eficazes, como também ocorreu no segundo gol, ao final do primeiro tempo.
Na etapa complementar, Renato Gaúcho lançou Michael a campo, e o Flamengo passou a jogar com quatro atacantes. O camisa 19 seria o fator que quebraria as linhas paranaenses — como fez em linda jogada driblando um a um e parando no travessão. O Athletico, por sua vez, se foi forçado a voltar jogar numa linha de cinco defensores.
Essa variação tática serve de referência ao Palmeiras — uma equipe caracterizada pela transição rápida ao ataque — para a final da Libertadores. A noite no Maracanã foi de 100% êxito do Athletico, e de falhas grosseiras do Flamengo.
Abel Ferreira, ao assistir ao confronto, teve luzes. E Renato, embora tenho posto o cargo à disposição — pedido negado pela diretoria —, terá nova oportunidade de rever as fraquezas da equipe e consertar os erros.
Posto isso de lado, os atléticos, mineiro e paranaense, farão uma interessante decisão nacional.