Pela primeira vez na história, o Palmeiras eliminou o São Paulo da Libertadores, esbanjando superioridade. Foi 3 a 0, mas poderia ter sido muito mais. Time alviverde sobrou em campo.
A chave da vitória alviverde se dá em três aspectos: recomposição da defesa, retomada de bola e transição rápida ao ataque. Os três gols do Palmeiras nasceram de roubadas bolas e contragolpes mortais.
No primeiro, Arboleda perdeu a bola na linha central e Daniel Alves não conseguiu parar a jogada. Zé Rafael armou uma beleza de contra-ataque (frente a apenas dois defensores tricolores e aproveitando a lentidão da recomposição da zaga) e deixou Raphael Veiga na cara do gol.
No primeiro tempo, o Palmeiras foi muito seguro na defesa, sempre em superioridade numérica na marcação. O São Paulo não encontrava espaços no ataque e, precisando de um gol, apenas trocava passes sem agredir. A melhor chance tricolor foi um chute de Rodrigo Nestor, de fora da área, por cima do gol.
Para o segundo tempo, o São Paulo voltou mais ligado. Mudou o desenho do 3-5-2 para um 4-3-3 e passou a bagunçar a defesa alviverde — a entrada de Rojas contribuiu. Conseguiu armar uma excelente oportunidade, mas Pablo desperdiçou um lance que dificilmente será esquecido pelo torcedor.
O Palmeiras seguia seguro na defesa. No segundo gol, Miranda errou passe no centro do campo. O alviverde foi rápido na transição ao ataque, tentou com Wesley e Volpi fez grande defesa; na segunda tentativa, Dudu acertou o ângulo.
O terceiro gol nasceu de uma péssima saída de bola são-paulina. Igor Gomes errou passe e a bola sobrou para Patrick de Paula fechar o placar no Allianz Parque.
Poderia ter sido mais, quando Igor Gomes, aos 75′, perdeu a bola no ataque e o Palmeiras novamente armou um contragolpe rápido. Raphael Veiga tentou driblar Weverton e não conseguiu concluir a jogada — seria o terceiro gol alviverde. Interessante notar que, neste lance, eram seis jogadores do São Paulo contra dois do Palmeiras.
Era, de fato, um jogo em que a marcação se tornaria o diferencial da partida. O Palmeiras se fechou muito bem na defesa e armou contragolpes com maestria. Subiu as linhas de marcação no primeiro tempo e se aproveitou da recomposição lenta da zaga tricolor.
Abel foi muito feliz em suas escolhas: Renan na lateral-esquerda, Zé Rafael no lugar de Patrick de Paula e Dudu jogando centralizado. Foi um dia em que tudo deu certo para o treinador alviverde. Do outro lado, Crespo teve que lamentar: não pôde contar com Benítez, por questões físicas, e suas opções de ataque estiveram inoperantes. O único que tentou alguma coisa foi Rigone, mas pouco eficaz.
Palmeiras avança com muitos méritos.