A Argentina é campeã da Copa América. Um título histórico para uma seleção que permaneceu por 28 anos sem conquistas. Jogou melhor a final contra o Brasil, em noite inspirada de De Paul, o melhor em campo.
Não foi uma atuação ruim da Seleção Brasileira — é preciso ressaltar. Faltou ao time de Tite algo que há um tempo insisto neste portal: variações no ataque. Nesse sentido, é muito importante destacar uma fala de César Sampaio após a partida. “Para mim, a lição é que nós temos que nos adaptar ao que o jogo pede e que nós temos um grande grupo”, disse o auxiliar de Tite.
Variações são importantes para romper as linhas do adversário; surpreendem o oponente e decidem jogos. Nesta Copa América, Tite foi mais conservador nos jogos decisivos — o que indicou uma queda no desempenho brasileiro —, e apresentar mais repertório (ou ousadia) no ataque é importante para vencer torneios.
Faltou também, ao Brasil, ser cirúrgico como foi a Argentina. Num lance em que Lodi falha, Di Maria aproveitou para marcar. Já o time da casa, em jogada orquestrada por Neymar, desperdiçou sua melhor oportunidade com Richarlison, que chutou em cima de Martínez. O camisa 7 até marcou, mas estava impedido. No fim, a Seleção ainda teve algumas boas chances pelo lado esquerdo, mas sem êxito.
Argentina jogou melhor porque esteve mais segura defensivamente. Abusou das faltas para interromper as transições brasileiras, principalmente com Neymar. Não é um aspecto elogiável, mas garantiu a vitória no Maracanã.
O foco é a Copa do Mundo. O Brasil tem um projeto em desenvolvimento, e a participação na Copa América não foi um retrocesso nesse sentido — foi um retrocesso social, é verdade. O torneio não deveria ter ocorrido por motivos óbvios, de uma indignação indescritível; mas serviu para apresentar pontos de melhorias à Seleção Brasileira.