Polivalente no ataque, Neymar nunca foi tão participativo com a camisa da Seleção. Tornou-se o cérebro do time, quem elabora as jogadas, movimenta o meio-de-campo, troca passes rápidos e quebra a linha da defesa adversária. E assim o Brasil foi acumulando resultados positivos — um número expressivo de 10 vitórias consecutivas.
Hoje, Neymar não jogou. Tite promoveu testes — talvez os últimos, visto que a Copa América entra em fase de mata-mata —, deu mais rodagem ao elenco e novamente viu o rendimento da Seleção cair. Mais uma vez cria-se um debate acerca da dependência do camisa 10. Não acredito que esse seja o núcleo do problema.
Espera-se do Brasil um leque maior de variações táticas ao longo da partida, a ponto de surpreender o adversário em qualquer situação de jogo. Sabemos que a Seleção ora ataca num 2-3-5, ora se mantém num 4-1-4-1… Mas o que mais os brasileiros podem apresentar?
Neymar faz a diferença pelo talento e pela técnica. Contudo, o que vai destacar a Seleção no continente, e principalmente pensando em Copa do Mundo, não será apenas um jogador, mas todo um sistema maleável, com muitas alternativas. E isso não foge do óbvio.