A princípio, nasceu uma grande discussão na indústria automotiva logo depois da Fenabrave ter divulgado os números de venda do mês de maio. O Fiat Argo assumiu a absoluta liderança em vendas, com números muito acima do líder por meses seguidos, Onix.
Então, veio a pergunta que obteve as mais diferentes respostas de ambos os lados, por que o Argo vendeu mais?
E a resposta que a Chevrolet deu, é que, sem tirar mérito algum do Fiat Argo, o Onix tem o dobro de semicondutores e módulos que seus concorrentes diretos e, como é sabido, estes materiais estão em falta, devido à pandemia, tendo paralisado a operação de várias montadoras.
“Foi agregando tecnologias inovadoras que a marca Chevrolet transformou seus veículos em referência em segurança, conforto, conectividade e performance. Não vamos deixar de oferecer aquilo que nossos clientes mais valorizam em um automóvel nem focar em versões básicas em razão da escassez momentânea de suprimentos, mesmo que isso impacte temporariamente nossa produção”, informa Carlos Zarlenga, presidente da GM América do Sul.
Conforme estudo publicado pela consultoria Delloite, a eletrônica representa 40% dos custos de um veículo atualmente, cerca de 50% mais do que há uma década. E a Chevrolet acrescenta dados, afirmando que os semicondutores estão distribuídos da seguinte maneira em carros mais tecnológicos a combustão: 30% entre os sistemas de segurança, 30% entre os sistemas de conforto & conveniência, 25% entre os sistemas de conectividade e 15% entre os sistemas de propulsão.
“Quanto mais avançada é a arquitetura de um veículo, melhores são seus aspectos de dirigibilidade, proteção aos ocupantes e comodidade a bordo. E são os sistemas eletrônicos que maximizam tudo isso. Outro fator determinante é a forma como o fabricante integra todos estes sistemas no automóvel”, explica Plinio Cabral Jr., líder de Engenharia Elétrica da GM América do Sul.
Tecnologia de categoria superior
Enquanto até pouco tempo atrás, tecnologia era exclusividade de carros premium, a Chevrolet saiu na frente equipando seus carros de alto volume em vendas com recursos avançados, fazendo a diferença perante a concorrência. Os números de vendas falam por si só.
Atualmente, o Onix, por exemplo, vem com seis airbags de série, Wi-Fi nativo e possibilidade de promover atualizações de sistemas eletrônicos de forma remota, como já acontece com celulares.
São tantas tecnologias disponíveis que o Novo Onix chega a ter aproximadamente 1.000 semicondutores e sistemas integrados espalhados por quase 20 módulos, até o dobro da quantidade encontrada em outros modelos da mesma categoria. Um dos sistemas mais complexo que o Onix tem é a última geração do multimídia Chevrolet MyLink, isto porque ele interage com diferentes módulos do veículo. Dá até para configurar detalhes como o tipo de aviso que o carro dará ao motorista quando detectar o distanciamento da chave inteligente para o travamento automático das portas.
É o mesmo MyLink que ganhou recentemente opção de projeção sem fio para aplicativos do smartphone via Android Auto e Apple Car Play. Olha que nem é preciso apertar qualquer botão, pois o comando de voz do carro funciona também para enviar mensagens pelo WhatsApp ou solicitar um trajeto pelo Waze.
“Sem dúvida existe muita eletrônica também por trás de assistentes com determinado grau de autonomia, como o assistente automático de estacionamento, que faz o volante girar sozinho conforme a instrução de sensores pela carroceria. Vale ressaltar ainda que é necessária muita tecnologia para integrar o sistema de propulsão. Foi dessa forma que conseguimos entregar com o Onix o balanço entre o melhor desempenho com o menor consumo de combustível”, completa Cabral Jr.
Por outro lado, a Fiat afirma que o Argo também possui um número grande de semicondutores e que se preparou, alongo da pandemia para não enfrentar esses problemas que a concorrência vem enfrentando.
Por fim, assim que o abastecimento de peças estiver normalizado, os números vão dizer quem tinha razão!