Fui convidado com exclusividade para o Rallie Mitsubishi Outdoor que aconteceu na cidade de Itaipava, no estado do Rio de Janeiro e lá tive uma grata surpresa: poder testar um modelo que ninguém havia testado ainda, muito menos em um rallie.
A experiência que tive com o Outlander Sport HPE AWD em trechos on e off road não poderia ter sido melhor. Pude sentir toda a capacidade do carro tanto no asfalto quanto na terra em trajetos sem atoleiros, apenas estradas de terra irregulares com cascalho solto, então não deu para testar o limite da capacidade off road do modelo, que se mostrou ágil, seguro e com uma boa folga em todos os terrenos.
Acredito que esse seja o modelo mais próximo a suceder o saudoso Pajero TR4, que nos deixou. Para quem disser que falta a reduzida e bloqueio, eu digo que a eletrônica moderna resolve muita coisa e pode surpreender positivamente no quesito transposição, já que no modo 4WD Lock pode distribuir 50/50 de força para os eixos, simulando o bloqueio de diferencial central da TR4.
Além de ter um projeto muito mais moderno, tem também o novo design da Mitsubishi (Advanced Dynamic Shield) que o torna muito atraente. E não tem só beleza, ainda é capaz de participar de todas modalidades dos rallies organizados pela marca, ao lado das cascas grossas Triton e Pajero Sport, desde que seja a versão AWD como essa.
E participar dos rallies já é um grande atestado de capacidade off road para qualquer modelo, e inclusive, flagrei muitos participando do evento, ganhando cada vez mais espaço nas categorias. E o melhor, todos chegaram inteirinhos no final, apenas com as felizes marcas que saíram depois da lavagem, mas que ficarão eternizadas nas fotografias e memórias de seus felizes proprietários.
Dois grandes destaques me chamaram atenção no modelo: o excelente grip nas curvas em alta na rodovia e o conforto on board nas estradas irregulares. O comportamento me surpreendeu muito, pois no ASX, sabemos que em algumas situações a saída de traseira acontece, mas no Outlander nenhuma vez, mesmo tentando fazer a traseira sair, não consegui, isso mostra o nível de segurança alcançado.
Dirigindo, a sensação é de um carro bem leve no sentido positivo, mas quando passa por irregularidades, ele não pula solto como imaginamos e a suspensão cumpre com louvor sua função, sem solavancos ou chacoalhões, ou seja, conforto que todos ocupantes merecem.
Disponível nas versões GLS, HPE 2WD e HPE AWD combinando esportividade, offroad e modernidade. O visual moderno do modelo é formado pelas duas peças em formato de bumerangue, que conectam grade, faróis, para-choques e luzes auxiliares. Outro elemento estético marcante na dianteira fica por conta dos faróis de neblina agrupados com as luzes de direção em cubos verticais. A iluminação Full LED nos faróis e lanternas trás ainda mais a aparência moderna que se completa com as rodas de acabamento diamantado de série de 18 polegadas.
Desde a versão de entrada GLS há direção elétrica, ar-condicionado automático, duplo airbag frontal, controles eletrônicos de estabilidade e de tração, freios a disco nas quatro rodas com ABS, distribuidor eletrônico de frenagem (EBD), assistente de emergência (BAS), Brake Override System (BOS), que atua nos pedais durante as frenagens, assistente de saída em rampas (Hill Start Assist System – HSA), ancoragem Isofix para cadeirinhas infantis, ajuste de altura do facho principal dos faróis, vidros elétricos nas quatro portas, travamento automático das portas, sistema de monitoramento da pressão dos pneus (TPMS) e câmera de ré.
Nas versões HPE tem chave presencial. A versão de topo traz bancos em couro (com opção bicolor nas cores preto e bege), aquecimento dos assentos dianteiros, ajustes elétricos para o motorista, grade frontal prateada com acabamento em preto brilhante, detalhes cromados nas fendas laterais, sensores de chuva e crepuscular, full airbags (bolsas frontais, laterais, de cortina e para os joelhos do motorista) e retrovisores com rebatimento elétrico, luzes de seta integradas e desembaçador.
Todas as versões do Outlander Sport saem de fábrica equipadas com o motor 2.0 flex em alumínio que produz até 170cv de potência e torque fornecido às rodas de até 23kgfm.
Em todas as versões, o motor é conectado ao câmbio automático CVT com INVECS-III que prioriza a economia de combustível e a eficiência energética, fazendo o motor operar em regimes de giro menores no trânsito ou na estrada, em velocidade constante. E para as situações de maior esportividade, há o Sport Mode em que o câmbio simula seis marchas e permite trocas manuais por meio dos Paddle-Shifters no volante.
Não encontrei informações sobre os ângulos de entrada e saída, mas são bons, já a altura em relação ao solo, confesso que me surpreendi, tem o mesmo 215 milímetros da TR4 e posição de dirigir elevada. Os 2,67 metros de distância entre-eixos garantem ótimos vãos para pernas e cabeças, e acomodação com conforto para até 5 passageiros adultos, contra os 2.45 metros da TR4, seu calcanhar de Aquiles.
Um ponto alto do Outlander Sport é a geometria de suspensão traseira por braços múltiplos. O conjunto entrega ao condutor um controle dinâmico excepcional sobre o asfalto, enquanto na terra a robustez se impõe e transmite segurança. Para a maior comodidade do condutor, o sistema opera eletronicamente de forma automática e adapta o veículo às condições de momento, alternando, quando necessário, a distribuição da energia entre os eixos dianteiro (4×2) e traseiro (4×4).
O Outlander Sport é produzido na fábrica da HPE em Catalão (GO) e compõe o line-up da marca, que já oferece o ASX, Eclipse Cross, L200 Triton, Outlander (maior) e Pajero Sport.
São três anos de garantia sem limite de quilometragem, além da MitRevisão com preços fixos e o programa de recompra garantida da rede Mitsubishi. Os preços são: para o GLS 2WD – R$ 144k, HPE 2WD – R$ 157k e HPE AWD – R$ 164k. Será que encontramos um bom sucessor do Pajero TR4? Vale lembrar também ou informar quem ainda não saiba, que a Mitsubishi tem um programa de experiência entre cliente e a marca que vai além do produto. Vale muito a pena participar dessa nação.
Dica do especialista: Para estradas de terra que estejam com aquelas ondulações repetidas, mais conhecida como “costela de vaca”, sugiro a transposição com tração nas 4 rodas para evitar trancos, perda de tração ou escapadas quando é necessário acelerar.