Tite quis promover testes, e de quebra teve um teste pra cardíaco. Frente à Colômbia, não foi das melhores atuações da Seleção Brasileira, mas também não dá para dizer que essa está entre as piores, porque o Brasil não mudou de postura: é um time que tem mais posse de bola, que tem uma defesa sólida e que tem muito volume de jogo no ataque.
O que, de fato, podemos concluir é que a Seleção fez um jogo abaixo da média e de pouca efetividade. Finalizou 15 vezes contra a meta colombiana e só acertou quatro chutes no alvo. Éverton Ribeiro, que entrou bem no último jogo e seria um desses testes de Tite para a construção das jogadas, não funcionou. Gabriel Jesus, jogando ao lado de Neymar, também foi pouco produtivo — está claro que ele é melhor pelo lado.
O Brasil não sofria um gol desde o ano passado, e num lance de grande felicidade de Diaz — o detalhe do jogo — passou a jogar em um cenário diferente. Hoje, foi possível ver como a Seleção se comporta em situações adversas, e esses testes precisam acontecer com mais frequência.
A equipe de Tite não aparenta ser tão avassaladora contra as equipes sul-americanas como se pensava após duas goleadas. Esse jogo contra a Colômbia, que abriu o placar e jogou quase 90 minutos fechada na defesa, diz muito sobre como o Brasil deve ser comportar para reverter situações. Há uma grande exigência — uma necessidade, melhor dizendo — por jogos contra seleções europeias, justamente porque é um adversário ou outro que pode oferecer um nível de dificuldade mais elevado na América do Sul.
Foi um bom teste, mas não me refiro às propostas de Tite, e sim, pela dificuldade da partida. O desempenho brasileiro ficou abaixo do esperado, é verdade — muitas vezes era um Brasil nervoso, desesperado e afobado; mas que minimiza tudo isso é o placar final, definido no último lance da partida.
O Brasil venceu porque se propôs a jogar futebol, e à medida que vamos nos aproximando do mata-mata, menos testes serão vistos na Seleção.