Assistindo ao Majestoso, às vezes eu tinha a impressão de que o Corinthians jogava só para manter o tabu em Itaquera. Ou seja, o objetivo era não perder em casa. Isso ficou evidente na escalação com três zagueiros, além de Gabriel e Ramiro no meio, enquanto o São Paulo foi ao clássico apenas com um time alternativo.
Em tese, já era nítido que essa estratégia não daria certo. Os dois volantes são mais defensivos, e a saída de bola com eles não é a melhor. Funcionava bem pelo lado direito, com João Victor e Fagner; mas se o São Paulo bloqueasse aquele setor, já seria um problema para o Corinthians.
Além disso, mais à frente, Otero e Cauê não estavam bem. São atletas que prendem muito a bola, e por isso o Corinthians tinha dificuldades para trocar passes e ser criativo no meio-de-campo — dependia muito de Luan para movimentar o jogo pelo meio.
Até por isso o Corinthians só chegou a finalizar à meta adversária aos 41′ do primeiro tempo, num lance de extrema felicidade de Luan. Vale destacar que o lance foi originado a partir de um erro de saída de bola do São Paulo.
A mesma coisa ocorreu no gol da virada. Novo erro de saída de bola tricolor, com Benítez, o Corinthians armou o contragolpe e fez 2 a 1. O pênalti, no fim, uma infelicidade.
Embora o jogo tivesse quatro gols, sendo um deles uma pintura de Luan, o São Paulo não fez uma boa partida — só melhorou com a entrada de alguns titulares no segundo tempo. O Corinthians também não teve uma boa atuação, o que era esperado pela escalação. Mancini demorou para mexer e identificar os defeitos da equipe. Se vencesse, seria mais uma vitória padrão da campanha no Paulista: “venceu, mas jogando mal”.
De todo modo, no fim, a missão alvinegra foi cumprida. Não perdeu o clássico e o tabu se manteve em Itaquera.