Ter mais posse de bola e volume de jogo no ataque não significa jogar melhor. O Chelsea conquistou pela segunda vez na história a Champions League, jogando absolutamente seguro na defesa, criando as melhores chances da partida e fazendo aquilo que era mais necessário para essa partida: ser eficiente na definição.
Essa era a maior preocupação: definir no alvo. A final da Copa da Inglaterra, contra o Leicester, ligou esse alerta. E contando com Timo Werner, que não é aquele dos tempos de Leipzig, a tensão era ainda maior — na primeira etapa, o alemão perdeu uma chance clara que parou nas mãos de Éderson.
O City, individualmente — no papel —, era melhor. Na prática, De Bruyne, jogando bem mais à frente, Mahrez e Sterling não foram bem. Guardiola armou sua equipe com dois pontas para abrir a linha de cinco defensores do Chelsea. Não deu certo. E pior: prejudicou a criação do time.
O Chelsea, bem armado na defesa, era seguro. E como é veloz na transição ao ataque. É impressionante! O melhor da partida, a meu ver, Kanté — aliás, o melhor da competição. Preciso na marcação, e espetacular nos contragolpes.
O gol do título não foi consequência de um contra-ataque; mas de uma ótima saída de bola de Mendy. O Chelsea foi rápido e eficaz. Havertz, a contratação mais cara da história do clube londrino, fez valer o investimento.
E o City não assustava. Muito pelo contrário, quem levava perigo na partida era o Chelsea. Pulisic, que entrou no segundo tempo, perdeu uma chance incrível de matar o jogo. Já o time de Guardiola, apostava nas bolas alçadas à área — o nervosismo consumiu a equipe de Manchester.
Chelsea não era o favorito, e foi muito superior. Méritos totais a Tuschel e comissão, que chegaram a Londres no meio da temporada e, em tão pouco tempo, formaram o campeão da Europa. Não é qualquer um que chega a duas finais consecutivas de Champions. Aliás, nunca um treinador conseguiu esse feito disputando o torneio por dois clubes diferentes. Apenas Tuschel.
Quanto ao City, que pela primeira vez na história decidiu a competição, fica a lamentação. Os últimos oito estreantes em finais de Champions perderam: Valencia (2000), Bayer Leverkuse (2002), Monaco (2004), Arsenal (2006), Chelsea (2008), Tottenham (2019), PSG (2020) e agora o Manchester City.