O Grande Prêmio da Emília Romagna de Fórmula 1, em pauta domingo no circuito de Ímola, mostrou, até aqui, o já esperado domínio da Mercedes, que nos dois treinos da sexta-feira fez 1º e 2º lugares com Bottas e Hamilton, diferença mínima entre ambos da ordem de um centésimo de segundo.
Assim, todo o interesse voltou-se para tentar adivinhar quem poderia ser o mais direto rival da equipe de Stuttgart, embora esse adversário normalmente seria Verstappen, mas também Gasly tem suas chances, isso em função de Red Bull e AlphaTauri terem os motores Honda que, nesse momento, são, em minha opinião, os melhores da Fórmula 1.
Naturalmente, há problemas eletrônicos a ponto de no primeiro GP e nos treinos de hoje, tanto Red Bull quanto AlphaTauri tiveram que trocar o pacote de baterias e a centralina. Tanto Perez quanto Verstappen não conseguiram concluir os treinos, o primeiro por um choque com Ocon, da Alpine, no TL1 e o segundo, no TL2, por um possível problema no eixo de transmissão.
Outro destaque do ponto de vista técnico foi o novo assoalho da Ferrari, com um corte de 90º na parte posterior no carro de Sainz, de forma a poder compará-lo com a versão anterior que ficou com Leclerc. O objetivo disso é melhorar o grip do carro, mas, pelo visto, os resultados não foram à altura do esperado pelos engenheiros da equipe e pelo que tinha sido visto no túnel de vento.
A pista, que tem alguns trechos estreitos, dificultando ultrapassagens, cria um desafio ainda maior para a estratégia das equipes. Em outras palavras, as decisões a serem tomadas pelo box terão uma relevância maior do que em outros circuitos.
CARACTERÍSTICAS DA PISTA – por Pirelli
∙ Ímola é um circuito de “velha escolha” que oferece um grande desafio técnico, com uma seleção mista de curvas e velocidades diferentes que testam todos os aspectos do desempenho de um carro. Com apenas uma corrida de F1 realizada lá desde 2006, de volta às condições temperadas do final do outono passado, as equipes não têm uma grande quantidade de dados relevantes para se basearem.
∙ A pista é bastante estreita em alguns pontos, o que aumenta o desafio de ultrapassagem e coloca ênfase na estratégia. A estratégia do ano passado foi influenciada por um safety car no final da corrida (bem como um safety car virtual anteriormente) com Lewis Hamilton vencendo usando todos os três compostos, tendo começado a prova de médio. Sem o safety car, uma estratégia de parada única provavelmente teria sido escolhida pela maioria dos pilotos: também porque a perda de tempo no pit lane é bastante grande em Ímola, com aproximadamente 25s.
∙ Embora tenha sido reasfaltada antes do Grande Prêmio do ano passado, Ímola – um circuito anti-horário – ainda é bastante ondulada e há algumas grandes zebras, colocando demandas notáveis nos carros e pilotos.
∙ Não há corridas de apoio planejadas para o fim de semana de Ímola, além da Fórmula Regional by Alpine, que representa o primeiro degrau na escada para corridas de monopostos internacionais, logo abaixo da Fórmula 3. Isso afetará a evolução da pista para a F1, sem muita borracha sendo acumulada no asfalto. A Fórmula Regional tem fornecimento exclusivo pela Pirelli, com dois conjuntos de pneus slicks e de chuva disponíveis em uma única especificação e duas corridas por fim de semana. Ímola é a rodada de estreia dessa nova série.