Mais um acidente fatal envolvendo um Tesla, sábado passado, em Houston (Texas), abriu nova onda de polêmicas nos EUA. Essa última colisão teve um fator particularmente grave. Segundo os socorristas havia dois mortos a bordo, um no banco do passageiro na frente e outro sentado, atrás. Simplesmente, nenhum deles estava ao volante, o que foi confirmado por testemunhas que viram o sedã sair sem o motorista.
O sistema de direção autônoma da fabricante americana foi batizado, inicialmente, de Autopilot (Piloto Automático). Além do nome inadequado, tinha um grau de permissividade ao mau uso que se provou perigoso. A agência americana de segurança rodoviária (NHTSA, na sigla em inglês) abriu 27 investigações de acidentes, das quais 23 ainda continuam e três são recentes.
A Tesla melhorou o dispositivo, porém parece nada ter aprendido porque o chama de FSD (sigla em inglês para Condução Autônoma Total). Um dos problemas da empresa é a empáfia do seu CEO, Elon Musk. Na ânsia de se defender, revela dados de suposta segurança do sistema sem o crivo oficial. No entanto, proprietários dos carros continuam a burlar e abusar, apesar de a fabricante afirmar que o FSD desliga automaticamente, quando o limite de velocidade da via é ultrapassado.
Também se desconfia de um possível problema com a proteção do pacote de baterias de lítio. Neste último acidente, o Tesla Model S incendiou-se e foram necessários 113.000 litros de água, além de quatro horas para debelar as chamas. Apesar de água não ser apropriada nesse tipo de incêndio, é a única forma disponível para bombeiros e equipes de socorro. Há suspeita de blindagem insuficiente das baterias para reduzir peso e aumentar o alcance.
Nos EUA, são duas as agências de segurança nos transportes, a já citada e a NTSB. Apenas a NHTSA pode obrigar o recall de um modelo. Porém, desde o ano passado a NTSB advertia sobre falhas de proteção das baterias e de mau uso do sistema de condução autônoma da Tesla. E foi contundente: “É hora de parar de permitir que motoristas, em qualquer veículo parcialmente automatizado, finjam que têm carros sem motorista.”
A NHTSA cuida especificamente da segurança viária. Por que até hoje deixou de tomar providências, é algo misterioso. Suspeita-se de que se tratasse de uma marca não americana, o rigor poderia ser outro.
Refinamento e potência no Mustang Mach 1
O Mustang da geração atual – a sexta – demorou um pouco a chegar ao Brasil. Apenas quando feita uma leve reestilização, depois de três anos no mercado internacional, as primeiras unidades foram importadas oficialmente pela Ford em 2017. O sucesso imediato respondeu por 1.700 unidades comercializadas desde então.
A escalada do dólar limitou as vendas e a crise causada pela pandemia levou a empresa a focar, agora, na importação do Mach 1 por R$ 499.900, a partir de junho. A série especial não tem limite de produção ainda definido nos EUA, mas todas obedecem a uma numeração específica a fim de manter um grau de exclusividade. O motor V-8 de aspiração natural entrega 483 cv a 7.250 rpm e robustos 56,7 kgfm. Acelera de 0 a 100 km/h em 4,3 s.
Entre os refinamentos técnicos destacam-se arrefecimento do diferencial e do câmbio automático de 10 marchas, novas pastilhas dianteiras nos freios especiais (Brembo), aerodinâmica melhorada e oito airbags (dois para joelhos). Ford Pass Connect para telefones celulares também está disponível.
Alta roda
FIAT considera segredo o nome do novo SUV/crossover com base no compacto Argo. Mas descobri que o início de produção está marcado para primeiro de agosto próximo. Portanto, chegada ao mercado fica para setembro. Haverá dois motores disponíveis: o de 1 litro, três cilindros, aspiração natural, câmbio manual e o mesmo motor com turbocompressor e câmbio automático CVT.
FIM de linha para o VW up! não significa que Gol e Voyage seguirão a mesma trilha em curto prazo. Mesmo porque o adiamento de 2022 para 2024 de obrigatoriedade do sistema ESC (controle eletrônico de estabilidade) dará fôlego aos dois produtos e outros na mesma situação. A empresa alemã continua desenvolvendo o que se espera ser um novo carro de entrada, que manterá o nome Gol.
QUE tal comparar os preços dos chamados “carros populares” ao longo do tempo? Em 1993, quando surgiram, custavam R$ 7.500 ou US$ 7.200 (câmbio oficial). Corrigindo monetariamente pelo IPCA que espelha a inflação ao consumidor (não os custos industriais): R$ 45.000. No dólar oficial: R$ 40.320. Hoje o modelo mais barato e muito superior aos de 28 anos atrás (Fiat Mobi) parte de R$ 47.000
SALÃO do Automóvel de São Paulo, cancelado no ano passado, não recebeu confirmação para 2021. O local vem sendo estudado. Possibilidade de mudar do centro de eventos São Paulo Expo para o autódromo de Interlagos, no momento, está fora de cogitação. O evento, porém, pode ficar para 2022 e sofrer reestruturação.
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