Nem era para ter ocorrido clássico, ontem, em Itaquera. A começar pelo surto de Covid-19 no elenco do Corinthians. Horas antes do jogo começar, Camacho deixou a concentração com febre — uma nova suspeita, além dos outros 19 casos confirmados no clube. Àquela altura, quem garantiria que mais jogadores não teriam contraído a doença e transmitido aos atletas do Palmeiras?
Ainda assim teve jogo, no mesmo dia em que o país registrou 1.910 mortos em 24 horas — uma morte a cada 45 segundos. Um desrespeito à atual situação do Brasil, às famílias das vítimas e aos que sofrem para sobreviver na pandemia; mas no país do futebol, a saúde fica em segundo plano.
Já em campo, Corinthians e Palmeiras deram mais justificativas do quão desnecessário foi o clássico. Primeiro que jogo mesmo só tivemos até metade do primeiro tempo. Até ali, o alviverde aproveitava o péssimo início do rival e abria 2 a 0 no placar, em duas jogadas transições rápidas até o ataque.
Aí caiu um dilúvio em Itaquera, e o jogo passou a ser, como bem disse Abel Ferreira, um ‘rachão’. Chutões e escorregões fizeram do jogo um show de horrores. Assim, o Corinthians conseguiu diminuir o placar no fim do primeiro tempo e deixar tudo igual na etapa complementar.
Há quem diga que foi só a chuva, mas o time reserva do Palestra contra o alternativo do Parque São Jorge deixaram claro que aquele esteve muito longe de ser um histórico Corinthians x Palmeiras.
História mesmo quem fez foi Edna Alves, a primeira árbitra a apitar um dérbi. Uma verdadeira aula de arbitragem! Ela, sim, foi a melhor em campo.