Que rodada surreal! O Flamengo perdeu para o São Paulo por 2 a 1, mas mesmo assim conquistou o bicampeonato brasileiro. É óbvio que o título é consequência da campanha rubro-negra em 38 rodadas — além da irregularidade das demais equipes que brigavam na parte de cima da tabela —, mas é preciso ressaltar a vitória sobre o Internacional no domingo. Uma final nos pontos corridos, que rendeu a liderança ao clube carioca pela primeira vez na temporada e imediatamente confirmada com o título.
Lembra a conquista do título de 2009, quando o Flamengo também assumiu a liderança do torneio na penúltima rodada e depois conquistou o título. Além disso, é a segunda vez que o campeão perde o jogo decisivo na última rodada — a primeira aconteceu com o Corinthians, em 2005.
O fator decisivo para a festa rubro-negra foi o empate sem gols entre Internacional e Corinthians, em Porto Alegre. O jogo contou com três decisões importantes do VAR: um pênalti desmarcado, num toque no braço de Bruno Méndez e dois gols bem anulados por impedimento — um de Yuri Alberto e outro de Edenilson. O Inter pressionou mais, e buscou a vitória. Não conseguiu por falta de competência.
Jogo de muitas faltas e pouca criatividade
Também faltou ao Flamengo ser eficiente no Morumbi. O clube carioca tinha controle da partida, com mais posse de bola e intensidade, mas enfrentou dificuldades diante da defesa do São Paulo, que jogava com três zagueiros. Não encontrava espaços entre os defensores para jogadas de infiltração nem de fundo.
O São Paulo tinha uma estratégia absolutamente defensiva. Conseguiu abrir o placar no primeiro chute a gol, no fim do primeiro tempo. Na etapa complementar, Bruno Henrique empatou aos 6′, e depois Pablo voltou a deixar o tricolor à frente, contando com vacilo de Hugo.
O retorno do ídolo
Rogério Ceni voltou a dar uma volta olímpica no Morumbi, onde mais conquistou glórias na carreira. Antes campeão da Série B com o Fortaleza, agora vive seu auge nacional.
Ceni não teve um início fácil no Flamengo. Passou por eliminações e deu sequência às instabilidades da era Torrent no Brasileiro. Conseguiu se reerguer nos duelos atrasados da competição por conta da Covid-19. Venceu jogos decisivos e reestabeleceu o rubro-negro no posto mais alto da Série A.
Embora tenha a mesma base de titulares, o Flamengo de 2020-21 é bem diferente daquele de 2019. Uma coisa, de fato, não muda: o perfil de campeão.