La va a tocar para Diego, ahí la tiene Maradona, lo marcan dos, pisa la pelota Maradona, arranca por la derecha el genio del fútbol mundial, deja el tendal y va a tocar para Burruchaga…
¡Siempre Maradona! ¡Genio! ¡Genio! ¡Genio! Ta-ta-ta-ta-ta-ta-ta-ta… Gooooool… Gooooool… ¡Quiero llorar! ¡Dios Santo, viva el fútbol! ¡Golaaazooo! ¡Diegoooool! ¡Maradona! Es para llorar, perdónenme…
Maradona, en recorrida memorable, en la jugada de todos los tiempos… Barrilete cósmico… ¿De qué planeta viniste para dejar en el camino a tanto inglés, para que el país sea un puño apretado gritando por Argentina?
Argentina 2 – Inglaterra 0. Diegol, Diegol, Diego Armando Maradona… Gracias, Dios, por el fútbol, por Maradona, por estas lágrimas, por este Argentina 2-Inglaterra 0.
México, 1986. Nunca, em toda a história do futebol, um torneio foi tão dominado por um só homem.
Diego Armando Maradona, o único homem que pode rivalizar com Pelé pelo título de melhor jogador de todos os tempos.
Esse gol narrado acima, contra Inglaterra, é emblemático. Define a sua atuação naquele torneio, sua habilidade artística e seu talento inigualável. A Copa de 1986, no México, representa a consagração de uma lenda do futebol. Ou melhor, de um ‘deus’.
‘Deus’, que neste mesmo confronto, estendeu a sua mão, um gesto decisivo para a Argentina ter avançado às semifinais daquela edição.
Antes, Maradona já havia marcado contra a Itália, garantindo a Argentina na fase eliminatória da Copa. Depois, já nas semifinais, ele marcou os dois gols do 2 a 0 contra a Bélgica. Na decisão do torneio, contra a Alemanha Ocidental, deu um passe milimétrico para o gol da vitória, de Jorge Burruchaga, por 3 a 2.
Naquela dia, o mundo se rendeu ao talento de Maradona. Hoje, o futebol se curva diante da partida desse ‘deus’.
De Maradona, lembremos do seu brilho, do futebol mágico e encantador. Lembremos também de sua personalidade forte, canhoto na ‘cancha’ e na política. Militante que defendeu seus direitos, o da população mais pobre argentina e que nunca foi isento ao declarar seus ideais — o que é absolutamente incomum no esporte.
Cometeu, erros, é claro, na prova de que era humano. Não só em 1982, sua primeira Copa, quando foi expulso no jogo contra o Brasil. Ou, então, em 1994, quando caiu no exame antidoping, fato que, infelizmente, o marcou até aqui.
Vamos lembrar do Maradona que também carregou uma pragmática Argentina, em 1990, até a final da Copa, vencendo Brasil e Itália.
Do maior ídolo da história do Boca Juniors, de uma lenda que passou pelo Napoli e que foi o principal responsável para que a Uefa revisse o formato da Champions League.
Guardemos a imagem de ‘Dios’ em nossas memórias, pois há quem não acredite em Deus, mas há os que viram Maradona jogar.