Sam Lowes vence pela terceira vez consecutiva na Moto2, Franco Morbidelli vence pela segunda vez na MotoGP e Jaume Masià ganha a segunda na Moto3 no GP de Teruel
Outro domingo para tirar o fôlego de quem gosta de motovelocidade. Foram três provas que embolaram mais ainda o campeonato, abriu disputa nas três categorias e ainda restam 75 pontos em jogo. Nada está decidido e havia muitos anos que o público não tinha um campeonato de MotoGP tão equilibrado.
Tudo em função da ausência de Marc Márquez (Honda) que fraturou o úmero na primeira etapa e viu piorar a gravidade com uma segunda fratura no mesmo local. Só relembrando, Marc quebrou o braço na primeira etapa na Espanha no dia 19 de julho. Menos de uma semana depois tentou voltar à pista e sentiu que seria impossível. Poucas semanas depois teve uma segunda fratura no mesmo local, alegando que “foi abrir uma janela”. Daí em diante sua recuperação é uma incógnita, porque a equipe blindou o piloto. Fala-se em uma nova cirurgia, que seria para retirada da placa que sustenta o osso, portanto ele só volta mesmo em 2021.
Com ele na pista, em 2019, a três etapas do fim já era campeão antecipado. Aliás, 2019 foi um campeonato com uma das maiores diferenças de pontos entre campeão e vice, chegando a impensáveis 150 pontos! Para 2020 tudo mudou. Sem o bicho papão da categoria tivemos oito vencedores em 11 etapas e somente Morbidelli e Fabio Quartararo venceram mais de uma vez, ambos da equipe Yamaha-Petronas.
Jaume demasiado veloz
A programação do GP de Teruel começou com a eletrizante Moto3. A categoria mais equilibrada de todas largou com pinta de que o espanhol Albert Arenas (KTM) cruzaria em primeiro para ampliar a vantagem sobre o segundo, o japonês Ai Ogura (Honda). Antes da metade da primeira volta os cinco primeiros colocados já tinham trocado de posição pelo menos meia dúzia de vezes. Este foi o tom da corrida.
O piloto Sergio Garcia (Honda) largou na última fila, em 28º lugar e na metade da corrida estava em quarto! Deu até a entender que poderia vencer, mas acabou caindo por culpa do japonês Tatsuki Suzuki (Honda) na penúltima volta!
Faltando duas curvas para a bandeirada Albert Arenas estava em segundo e parecia ter um pódio garantido, mas um pequeno erro, milimétrico, o fez perder duas posições e cruzar em quarto. Ainda lidera o mundial de Moto3 e é o franco favorito, só que agora com 19 pontos sobre Ogura e 20 sobre o italiano Celestino Vietti (KTM), quinto colocado na prova.
Franco atirador
A MotoGP fez a segunda prova do dia, com o surpreendente japonês Takaaki Nakagami (Honda) na pole-position. Um feito notável para uma equipe satélite e que colocou a Honda de volta no topo de um grid de largada desde 2019. Ao lado dele o italiano Franco Morbidelli (Yamaha) e o espanhol Alex Rins (Suzuki).
Nakagami era o favorito, tido como franco atirador, porque tinha um bom ritmo nos treinos e, sem chance de título, poderia correr apenas pensando na vitória. Pena que essa alegria durou apenas duas curvas, pois ele caiu logo depois da largada, por conta do pneu dianteiro ainda frio. Morbidelli largou muito bem, assumiu a ponta e não perdeu mais até a bandeirada, impondo um ritmo frenético. Alex Rins que saiu em terceiro, até tentou, mas não conseguiu chegar nem perto do italiano. Joan Mir (Suzuki) largou em 12º, fez uma corridaça e fechou o pódio em terceiro, ampliando a liderança no campeonato. Ele pode se tornar o segundo espanhol a conquistar um título mundial sem vencer nenhuma prova. Antes dele foi Emilio Alzamora, em 1999, campeão mundial na 125cc, sem nenhuma vitória.
Fantástica prova do francês Johan Zarco (Ducati) que se manteve sempre entre os primeiros e conseguiu segurar o ímpeto do português Miguel Oliveira (KTM) nas últimas voltas para arrancar um excelente quinto lugar, atrás do também surpreendente Pol Espargaró (KTM).
Com esta vitória, Morbidelli se coloca como um dos candidatos ao título, porque agora tem apenas 25 pontos de desvantagem para o líder, Mir. Por outro lado, Fabio Quartararo (Yamaha) mais uma vez fez uma corrida decepcionante, mas ainda marcando pontos pelo apagado oitavo lugar.
We Lowes Sam
Desta vez ninguém precisou cair para Sam Lowes (Marc VDS/Kalex) vencer de ponta a ponta. Largou na pole, ignorou os adversários e colocou abissais 8,5 segundos sobre o segundo colocado, o italiano Fabio Di Giannantonio (Lightech/Speed Up). Surpreendente terceiro lugar de Enea Bastianini (Italtrans/Kalex). Quem fez a prova mais divertida foi o espanhol Jorge Navarro (Lightech/Speedup). Saindo na segunda posição, ele se desconcentrou na largada, deixou a moto empinar e caiu para a 15ª posição. Fez uma corrida de recuperação fantástica e terminou em quinto bem perto do australiano Remy Gardner (Onexox/Kalex).
Mais uma decepção na conta do italiano Luca Marini (VR 46/Kalex). O meio-irmão de Valentino Rossi teve um começo de temporada fulminante, mas com duas provas sem marcar pontos viu sua liderança ser pulverizada. Na prova de Teruel até começou bem, mas perdeu ritmo e terminou em 11º a 24 segundos do vencedor.
Com este resultado Sam Lowes assume a liderança com 178 pontos, sete a mais do que o segundo, Enea Bastianini. Marini ainda está em terceiro, com 155 pontos e com 75 pontos ainda em disputa.
A próxima etapa será dia 8 de novembro, em Valência, Espanha. A título de curiosidade, muita gente pergunta porque muda o nome da prova se é realizada na mesma pista. Por isso mesmo: para não confundir qual “GP da Espanha” estamos nos referindo. Mas também por questões de direitos autorais de marca. Cada GP tem um registro e não pode haver mais de um com o mesmo nome. E de quebra, dá-se a oportunidade de mudar de patrocinador e faturar duas vezes.