O Santos suspendeu o contrato com Robinho. Era o mínimo. Após a matéria de Lucas Ferraz, que mostra trechos da sentença judicial e da transcrição dos grampos que levaram o jogador a ser condenado em primeira instância na Itália, o clube foi devidamente pressionado. A opinião pública pedia um posicionamento do clube e o afastamento do jogador; mas o que mais motivou a instituição a se separar de Robinho foi as ameaças dos patrocinadores de romper os contrato — no mínimo, triste.
Ou seja, foi preciso transcrever todo o deboche de Robinho sobre a situação para gerar esse alarde. E não só, teve também o risco de perder quase R$ 20 milhões — receita gerada por patrocínios — para que o Santos tomasse uma ação.
Robinho foi condenado por estupro, e isso era de conhecimento geral. Mesmo que ainda caiba recurso, a atitude do clube de contratar o jogador contribui para normalização dos casos de violência sexual que assolam o país. A cultura do estupro não pode ser invisibilizada na sociedade.
E o Santos, que em setembro fazia ações de marketing contra a violência de gênero, hoje é autor de um silêncio ensurdecedor. Não demonstra qualquer preocupação, respeito ou empatia com a vida das mulheres.
A suspensão do contrato de Robinho é uma vitória do jornalismo e da sociedade, especialmente das mulheres. É extramente importante seguir lutando contra a violência de gênero, sem perder qualquer esperança.
Que Robinho tenha as consequências que merece na Justiça, e que os demais jogadores com histórico de violência de gênero — que ainda permanecem com destaque no meio esportivo — também não saiam impunes.