Domingo o mundial de F1 volta às pistas, com a disputa do GP de Emilia-Romagna no circuito de Ímola que retorna após uma ausência de 14 anos. Em 2006 a corrida viu a vitória da Ferrari de Michael Schumacher, após uma acirrada disputa com a Renault de Fernando Alonso e com a McLaren de Juan Pablo Montoya.
Este circuito, denominado Enzo e Dino Ferrari, encontra-se a pouco mais de 1 hora de carro de Maranello e para a Ferrari parece representar a oportunidade de confirmar os progressos demonstrados no GP de Portugal onde Leclerc obteve o 4º lugar.
Com 4.909 metros de comprimento e 9 de largura a pista ao todo tem 19 curvas, das quais as mais difíceis são a Tamburello e a Rivazza.
A Tamburello ficou tragicamente marcada pelo acidente que, em 1994, custou a vida de Ayrton Senna. Trata-se de uma curva em que se chega a uma velocidade de 336 km/h e, com um espaço para frenagem de apenas 86 metros, em 1″16 segundos reduz-se para 204 km/h com a força executada no pedal alcançando 116 kg.
Este circuito foi desenhado em 1947 por Checco Costa e construído em 1950, recebendo modificações entre 2000 (último ano em que o mundial de MotoGP o usou) e 2007 por obra do arquiteto Hermann Tilke.
Os carros fizeram sua estréia oficial a 20 de junho de 1954 com a prova denominada “Conchiglia d´Oro Shell” para carros Sport enquanto a Formula 1 se fez presente a 21 de abril de 1963 com uma corrida, não válida pelo mundial, ganha por Jim Clark com Lotus.
Oficialmente desde 1981 Ímola recebe o GP de San Marino, sendo que a primeira edição viu o triunfo de Nelson Piquet com Brabham e seu maior vencedor é ainda Michael Schumacher, com 7 triunfos (6 com Ferrari e 1 com Benetton, em 1994).
Exatamente naquele ano de 1994 tivemos a maior tragédia durante todo o fim de semana. Na 6ª feira a Jordan de Rubens Barrichello bateu nas barreiras e o piloto brasileiro teve fratura do septo nasal, cortes na boca, um braço quebrado e uma costela lesionada.
No sábado foi a vez do acidente que resultou na morte do austríaco Roland Ratzenberger e no domingo foi a vez de Ayrton Senna morrer no hospital de Bologna às 18h40 do dia 1º de maio, tendo saído já inconsciente do circuito, o que levou muita gente, com boa dose de razão, a pensar que o piloto já estava morto quando deixou Ímola na ambulância.
Pela primeira vez na história não teremos treinos na 6ª feira, pois, como domingo tivemos o GP de Portimão, em Portugal, os caminhões das equipes não teriam tido o tempo necessário para percorrer normalmente os quase 2.500 km que distam de Ímola.
E serão diferentes do habitual também os horários que, em função do clima mais frio, verão treinos livres de 90 minutos no sábado pela manhã e treino oficial de 60 minutos à tarde. E o início do Gp às 13h10 locais, correspondentes a 9h10 no horário do Brasil.
CARACTERÍSTICAS DA PISTA
– Como muitos circuitos históricos em toda a Europa, Ímola foi originalmente criada como uma pista de estrada logo após a Segunda Guerra Mundial, antes de se tornar um circuito permanente que hospedou pela primeira vez uma corrida de Fórmula 1 (não válida pelo campeonato) em 1963.
– O circuito tem sido continuamente desenvolvido desde então, com uma série de modificações implementadas desde a última corrida da Fórmula 1 lá, há 14 anos. A velha Variante Bassa desapareceu e a longa reta que vai para Tamburello agora está dividida por duas curvas à direita. Mais áreas de escape foram adicionadas, especialmente na Variante Alta, e há novas garagens de box também: apenas a velha torre Marlboro, que antecede a linha de largada-chegada, permanece do complexo.
– Incomumente, Ímola é um circuito anti-horário, com 12 curvas à esquerda e nove à direita. Ao contrário de Portimão, a largura do circuito é bastante estreita em alguns pontos, o que torna as ultrapassagens razoavelmente complicadas e coloca uma forte ênfase na estratégia de corrida.
– O circuito foi reasfaltado desde a última corrida de F1 por lá, o que significa que o asfalto é geralmente bastante macio e não força muito os pneus. Por isso, foram escolhidos pneus do meio da gama, adequados às demandas médias.
– No entanto, a superfície ainda é bastante irregular e existem algumas zebras grandes, o que significa que é importante encontrar uma configuração adaptável e seguir o traçado ideal. A última equipe de Fórmula 1 a ir para pista em Ímola foi Alpha Tauri, que usou o circuito para um dia de filmagem (além de alguns testes com um carro antigo) durante o verão, antes do reinício da temporada de 2020, na Áustria. No entanto, esta é a primeira vez que a atual geração de carros turbo híbridos corre em Ímola.