Testei a Mitsubishi L200 Triton Sport HPE-S, com a nova identidade visual da marca. Em resumo, ficou melhor do que eu esperava e deve sacudir o segmento de picapes médias do nosso mercado nacional, já que continua casca grossa, mesmo que conectada as novas tendências tecnológicas e um tanto de luxo e conforto que lhe faltava.
Agora, a Triton conta com design renovado e aprovado pela maioria, mas não é esse o principal atributo para colocá-la no ranking das três mais vendidas no Brasil, mas sim suas novas tecnologias de segurança, conforto e tração.
Com a nova transmissão automática de não mais cinco, mas seis velocidades, o conjunto motor e cambio trabalham melhor e mais equilibrado, sem grandes trancos ou legs. Não acho que para o propósito da picape o mesmo de oito velocidades do Pajero Sport seria melhor.
Caçamba com design otimizado e capacidade de carga de 1.055kg, que cumpre com facilidade. Protegida internamente por uma pintura de alta resistência, conhecida por X-Liner, dispensa o uso do tradicional protetor de caçamba que, além de melhorar o volume cúbico, não empena ou acumula sujeira entre a pintura e o “protetor”, causando grandes estragos futuros, descumprindo totalmente seu propósito.
Quanto ao volume cúbico, mesmo que seja um pequeno ganho, pode fazer muita diferença para aquele que transporta frequentemente grãos ou volumes quadrados. Não se esqueça de que, também, dependendo do seu uso, precisará proteger o ombro da caçamba e talvez uma capota marítima para fechar.
Para quem precisa puxar trailer de carga, principalmente as vivas, que com seu movimento pode fazer o motorista perder o controle da picape, uma ótima noticia, a Triton pode rebocar até 2.300kg com tranqüilidade e ainda possui TSA, que é um assistente que ajuda a controlar a estabilidade do trailer para a segurança de todos.
Os ângulos de entrada (32º), saída (23º), brake over (25º) e 600mm para transposição de alagados são números muito bons, mas o que impressiona mesmo é o raio de giro, o melhor da categoria, que com menos de seis metros consegue virar completamente a picape.
Quem esta habituado a dirigir Triton, vai com certeza notar a melhora de conforto na rodagem, principalmente no fora de estrada, graças as novas molas e amortecedores que deixaram o tranco do movimento mais macio, principalmente para quem vai na fileira de trás.
ATC – Controle ativo de tração, trava a roda que gira mais solta e manda a força para a que tem tração, maior contato com o solo. Adicionalmente controla a entrega de torque para evitar escorregamento, o que pode ser considerado uma ajuda não só para o motorista, mas também para a preservação do conjunto mecânico. Bloqueio traseiro permanece.
FCM – Sistema de frenagem autônoma, faróis Bi-led com DRL integrado, farol alto automático e lavador, isso tudo só na HPE-S.
A nova saída de ar no teto para a segunda fileira capta o ar refrigerado da frente e manda para trás eficientemente. Testei e achei bom. Além de poder ligar/desligar, tem ajuste de velocidade e ainda aletas ajustáveis de direcionamento da ventilação. Agora, quem vai à frente, não precisa virar pingüim para quem vai atrás, não derreter.
Pelo o que acompanho sobre a marca e seus produtos no Brasil, a Mitsubishi que completou recentemente 40 anos de L200, me surpreende com o nível dos carros que tem apresentado desde o lançamento do Pajero Sport. Agora não existe picape acima dela, vão prevalecer outros fatores na decisão. Os valores estão flutuando na mesma órbita que seus concorrentes. (HPE-S 233k, HPE 213k e GLS 189k).
Dica do especialista: Use a reduzida em subidas íngremes, passagem por atoleiros e em caso de rebocar alguém. Desta forma, evitará fadiga do motor ou aquecimento.
Flávio Verna _ Insta: FlavioVerna4x4