E para a surpresa de zero pessoas, teve jogo. O fato de Palmeiras x Flamengo ter acontecido não só representa como o brasileiro lida com uma pandemia, mas também o que há de pior no país nesses tempos difíceis.
Se tratando do jogo em si, o Palmeiras, que tanto insistiu pela realização do confronto, fez mais do mesmo. É o sétimo empate do alviverde no Campeonato Brasileiro. Dos últimos cinco jogos do time de Luxemburgo na temporada, empatou quatro e venceu apenas um. Manter o discurso de que está invicto é jogar toda a sujeira para debaixo do tapete. Precisa jogar bem e convencer, antes que a paciência do torcedor se esgote.
Pelo lado do Flamengo, o time entrou em campo escalado com vários garotos. A defesa era inteira das categorias de base. Se o Palmeiras decepcionou por não ter vencido o jogo — algo que era imposto como obrigação —, a garotada do rubro-negro deu orgulho, especialmente o goleiro Hugo, autor de uma defesa monumental e absolutamente decisiva.
Ao Palmeiras, o empate tem gosto de derrota. Ao Flamengo, de vitória.
Os mesmos problemas se repetem
Uma coisa é cometer erros; outra, é insistir. O maior problema do Palmeiras é a criatividade no ataque, algo que permanece há alguns meses. Hoje, Patrick de Paula — primeiro volante — foi o articulador de jogadas. O garoto marcou o gol alviverde, porque arriscou, e ainda fez um lançamento preciso para Rony, que depois não deu em nada — mas vale destacar o lance porque foi a jogada mais irreverente do time de Luxemburgo.
Isso prejudica bastante Luiz Adriano. Dificilmente recebe a bola com boas condições de finalizar, e as melhores chances que ele aproveita são de cruzamentos.
O Palmeiras não pode se apoiar no discurso da sequência invicta. Faz mal ao clube e ao trabalho de Luxemburgo. O time precisa apresentar evolução.