Domingo o mundial de F1 tem uma de suas etapas mais tradicionais, o GP da Itália, no circuito de Monza. Um circuito construído na década de 20 no então “Parco Reale” de Monza que eu conheci indo para lá, de Milão, de bonde, levado pela mão de meu pai. E, naturalmente, torcendo, como todos os italianos, pelo ídolo de sempre, Tazio Nuvolari.
Décadas mais tarde, e mais precisamente em 1966, fui a Monza, desta vez como jornalista profissional e, naturalmente, de carro. E, para minha surpresa, todos os encarregados dos vários portões de entrada se apressavam a abrí-los, tão logo eu acenava de longe com minha carteira azul da ACEESP (Associação dos Cronistas Esportivos do estado de São Paulo). Isto até finalmente estacionar bem abaixo da Tribuna de Honra. Tempos depois percebi que aquela carteira, à primeira vista, era igual à dos sócios eméritos do Comité Olímpico Italiano!
Para este domingo, o prognóstico é sempre o mesmo: total superioridade da Mercedes, com Hamilton e Bottas candidatos óbvios aos dois primeiros lugares do pódio e Verstappen, com sua Red Bull, sendo o mais provável terceiro ocupante.
A corrida será disputada sem a presença de público, e isto, de certa forma, alivia a situação da Ferrari, que assim evita um papelão frente à sua apaixonada e exigente torcida. Aliás, sabe-se que os carros vermelhinhos terão um acerto de reduzido apoio aerodinâmico, para assim desfrutar da máxima velocidade possível nas retas. Uma solução que, levando em conta as características da pista, é das mais acertadas.
Como tem acontecido nos últimos GPs a maior disputa deverá ocorrer no pelotão intermediário, da qual a Ferrari atualmente faz parte integrante, e se prenuncia muito interessante. Com a TV devendo, se a situação das primeiras colocações se definir logo nas voltas iniciais, segui-la com continuidade. Certamente um sinal dos tempos…
CARACTERÍSTICAS DA PISTA
– Monza é um dos clássicos do calendário da Fórmula 1, onde velocidades máximas próximas a 360 km/h são vistas graças às equipes que competem com o mínimo de pressão aerodinâmica para evitar o arrasto nas retas. A compensação é que há menos aderência aerodinâmica nas curvas, o que significa que os carros então têm que confiar mais na aderência mecânica dos pneus. Com menos pressão empurrando para baixo sobre eles, os pneus são mais suscetíveis a deslizar, o que aumenta o desgaste.
– Se o clima não estiver quente, outro efeito das retas longas e rápidas em Monza é esfriar os pneus, o que significa que eles podem não estar na temperatura correta para as próximas curvas.
– A corrida do ano passado foi vencida com uma estratégia de uma parada, com Charles Leclerc selando uma vitória popular em casa para a Ferrari. Leclerc, que largou da pole, foi o único piloto a escolher uma estratégia de macio para duro: os outros de uma parada foram todos para um plano macio para médio.
– O piloto da Mercedes, Lewis Hamilton, que parou duas vezes, terminou menos de um segundo atrás de Leclerc, portanto, uma variedade de estratégias é claramente possível na corrida italiana.
– O recorde geral da volta de 1min19s119 foi estabelecido por Kimi Raikkonen no treino classificatório com a Ferrari há dois anos.
– No entanto, a volta mais rápida em Monza ainda remonta a 2004, cortesia do piloto Rubens Barrichello, da Ferrari. Esta poderia ser a temporada em que aquela marca de 16 anos finalmente é quebrada?