Santos e Flamengo fizeram um bom primeiro tempo. Jogo bem aberto para os dois lados. O que ofuscou o desempenho das duas equipes na partida foi o VAR. Não é só pela demora na tomada de decisões – algumas até simples –, mas também pela falta de clareza, tanto para quem assiste quanto para quem está em campo.
O problema não é o VAR. Aqueles que ficam na frente do monitor provocam confusão. Pior ainda são os que dão as orientações para o uso do recurso na partida.
Somente no Brasil é possível ver tantas intervenções do árbitro de vídeo. Por aqui, os árbitros se apoiam no VAR, e as decisões do árbitro principal só ganham força após a consulta do lance.
Além disso, em nenhum outro lugar do planeta um árbitro tem tanto destaque na partida. O rosto de Wilton Pereira Sampaio teve mais aparições na transmissão do que a bola rolando – exagero, é claro, mas se mostra mais o árbitro do que lance que está sendo analisado. O fato de não mostrar a repetição da jogada antes da decisão do árbitro é uma exigência da CBF às emissoras de televisão, pois minimizaria qualquer influência externa.
Felizmente o VAR acertou em anular os dois gols do Santos. Mas precisava de tanta demora? Eram tantas dúvidas? Há a justificativa que a demora acontece em função do software, mas não é só esse o problema. Se antes da chegada do VAR era impossível a arbitragem não estar sujeita ao erro, hoje, com as atuais orientações sobre o uso do VAR na partida, o erro fica ainda mais propício.
O jogo
Jogo começou bem agitado, com as duas equipes criando boas chances. O Santos chegava com facilidade à defesa do Flamengo. Marinho vive boa fase, e se não fosse pelos dois gols anulados, seria o destaque da partida. Quem acabou ganhando notoriedade no jogo foi Diego Alves, ao realizar duas grandes defesas em sequência.
O gol do Flamengo surge de um contragolpe fatal. Felipe Jonatan perdeu a bola no ataque e a defesa alvinegra estava absolutamente desprotegida. Gabigol deixou o dele.
Gabigol e Michael ainda perderam chances incríveis na cara do gol. O Santos ainda seguiu criando boas chances, mas terminou nisso mesmo.
Foi a melhor atuação do Flamengo sob o comando de Torrent. Ainda muito distante de sua forma ideal, o rubro-negro apresenta evolução. Essa mesma análise caberia se tivesse perdido o jogo. Ganhou no detalhe, graças a um erro grave do Santos, e mereceu a vitória.