O boicote por parte dos jogadores do Milwaukee Bucks antes do jogo 5 do mata-mata contra o Orlando Magic gerou a suspensão dessa e de outras partidas da NBA (Portland x Lakers e Rockets x Thunder). Além disso, também motivou protestos em outros esportes: na liga feminina de basquete, na Major League Baseball, na Major League Soccer, no torneio de tênis de Cincinnati e na NFL.
A manifestação é contra o racismo sistêmico e a brutalidade policial nos Estados Unidos depois que Jacob Blake, um cidadão negro, levou sete tiros da polícia em Kenosha, no Wisconsin.
São atos necessários, uma vez que o esporte é um grande instrumento de modificação social. Diferente do pensamento de Trump, e de um imenso grupo que demonstra ignorância – e intolerância – sobre o assunto, o esporte é sim um meio político.
E o discurso da repórter Zora Stephenson é primordial. Deve ser eternizado e cada vez mais reproduzido na sociedade.
“Para mim, nesse momento, a palavra que continua martelando na minha cabeça é inspirador, porque quando você fala em querer mudança, todos nós temos que nos perguntar: do que estamos dispostos a abrir mão? Você pode falar, tweetar, protestar, doar, mas o que você está disposto a perder até ver aquela mudança realmente acontecendo? Se os Bucks decidiram não jogar esta partida, eles deram uma declaração de que estão dispostos a perder um jogo de playoff durante a busca por algo que eles trabalharam o ano inteiro para ter e disseram: “Isso vale a pena. Nós estamos dispostos a fazer esse sacrifício”.
“[…] A beleza deste país é poder lutar por algo que você acredita. Independente de você acreditar ou concordar com o que as pessoas lutam, você precisa respeitar quando as pessoas estão lutando por algo, e não só falam, mas agem por isso. Eu não ligo para o que você pensa, mas internalize isso, que você tem a habilidade de lutar pelo que você acredita neste país. Os Bucks estão fazendo isso neste momento, e eu sinto muito orgulho”.
Na bolha da NBA, acontecem várias manifestações antirracistas como a frase “Black Lives Matter” (“Vidas Negras Importam”) que aparece estampada nas quadras, bem como palavras de justiça social nas camisas dos atletas e, claro, o ato de se ajoelhar durante a execução do Hino Nacional dos Estados Unidos. Os atos acontecem após o assassinato de George Floyd, ex-segurança negro de 46 anos que estava desarmado, por um policial branco em Minneapolis.