Existe um protocolo a ser cumprido para a realização do Campeonato Paulista. Para mim, ele tem mais caráter de uma cartilha de orientações do que, simplesmente, regras que devem ser seguidas à risca.
Justamente por isso, são encontradas brechas em suas recomendações, que levam a diferentes interpretações. O Corinthians, pelo fato de estar em isolamento, se recusou a fazer testes. A tese – irresponsável – de Andrés Sanchez foi aceita pela Federação Paulista de Futebol, mesmo sem haver garantias de que os atletas, embora estivessem concentrados, realmente não ficaram expostos à contaminação por Covid – e isso é algo que não pode ser absolutamente atestado.
No caso do Palmeiras, os atletas tiveram folga após a vitória sobre a Ponte Preta, no domingo. Não ficarão concentrados, mas realizarão os exames para Covid-19, fato que a FPF também aceita.
O tal protocolo não garante a segurança de todos os atletas. Trata-se, apenas, de um instrumento para que o Estadual seja realizado.
Se o argumento para a volta – às pressas – do futebol era de que o esporte seria uma boa referência para a sociedade, ele falhou vergonhosamente: nesse período jogadores já foram infectados e protocolo foram rasgados, principalmente pelos clubes que deveriam dar exemplos de civilidade.
Enquanto uns se recusam a realizar exames ou simplesmente se manter isolados, a maior parte da população brasileira sofre com testes na rede pública de saúde e/ou são impedidos de ficar em casa para manter a renda de suas famílias.
No Brasil, já são quase 95 mil mortos por Covid-19. O futebol segue em primeiro plano e os clubes brigando por tão pouco.
Baixíssimo.